Indígenas mantêm posto de Saúde fechado após furtos e prejuízo de R$ 60 mil

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A comunidade da Aldeia Jaguapiru fechou o posto de Saúde Guateka, na tarde de ontem. A medida tem como finalidade denunciar os constantes ataques de furtos e vandalismo à unidade, que têm prejudicado o atendimento dos pacientes. De acordo com a coordenadora do posto, Romilda Martins, até que o posto tenha segurança, nenhum atendimento será feito. Na tarde de ontem apenas casos de urgência foram atendidos.

Segundo a coordenadora, nos últimos três anos, mais de 40 furtos foram registrados na unidade, um prejuízo estimado de mais de R$ 60 mil. Somente nesse final de semana, a unidade sofreu dois ataques. “O primeiro aconteceu no domingo, quando o local foi invadido e levaram caixas de preservativos que seriam destinados para pacientes.

Na terça, o local voltou a ser alvo dos bandidos. Quebraram a janela de vidro do banheiro, por onde entraram, danificaram portas, levaram aparelhos de aferir a pressão, ultrasson portátil, cadeiras de pacientes, botijão de gás e geladeira. Essa última, nós ainda conseguimos reaver, pois ela estava toda danificada a poucos metros da unidade. Por outro lado, além dos danos causados pelos furtos e janelas quebradas, o aparelho de raio-x foi totalmente danificado porque os fios específicos dele foram arrancados”, conta.

Com o fechamento da unidade, cerca de 40 pacientes que são atendidos diariamente, terão que procurar outras unidades de saúde no posto. “Esses ataques inviabilizaram os atendimentos. Não temos outra alternativa a não ser fechar até que se garanta segurança no local. Para se ter uma idéia, nem água gelada estamos podendo oferecer as pacientes. Sem contar que todas as vezes que o local é alvo de furto, os servidores são obrigados a fazer vaquinha para repor o que foi levado para não deixar a comunidade sem atendimento”, destacou.

O presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena local, Leoson Mariano da Silva, acredita que os crimes estejam ocorrendo para abastecer bocas de fumo dentro da Reserva. “Infelizmente muitos jovens acabam furtando para alimentar o vicio, mas acabam prejudicando toda a comunidade”, lamenta.

Segundo ele, o caso já foi registrado na delegacia, e a unidade permanecerá fechada até que a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai –MS) tomar alguma providência para evitar os atos. “Temos visto que em outros postos de Saúde há vigias e só o Guateka não tem. Precisamos urgentemente de uma resposta”, cobra, adiantando que vai levar o caso ao conhecimento do Ministério Público Federal.

Sesai

A Secretaria Especial de Saúde Indígena informou, por meio de assessoria, que não pode contratar profissionais vigias por uma questão de legislação. Segundo a secretaria apenas profissionais de saúde podem ser contratados pelo órgão.

Segundo a assessoria, a Sesai tem conversado com as lideranças para que elas se revezem e cuidem da unidade de Saúde para que ela não seja alvo de furto.

A Assessoria diz ainda que já fez vários reparos na unidade para garantir mais segurança, mas que o apoio da comunidade é primordial para evitar os crimes.

 

Redação/Rádio Terena

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