Filme amazonense com elenco indígena tem estreia no Brasil no próximo dia 30

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O filme “Antes o tempo não acabava”, que fala sobre os conflitos entre a tradição e a modernidade vividos por indígenas urbanos, estreia no próximo dia 30 de novembro nos principais cinemas de Manaus, Rio de Janeiro e São Paulo. O projeto faz parte de uma parceria com Governo do Amazonas por meio da Secretaria de Estado de Cultura.

O longa é uma coprodução de Sérgio Andrade e Fábio Baldo e já estreou internacionalmente no Festival Internacional de Berlim (Berlinale), no ano de 2016. “Antes o tempo não acabava” conta com um elenco indígena de diferentes etnias como Tikuna, Sateré Mawé, Neenguetu e Tariano.

Roteirista do longa, Sérgio Andrade afirma que a intenção do filme é mostrar a realidade em que vivem os indígenas que moram em centros urbanos e se veem em conflitos entre seguir os tempos modernos e a tradição. “Com meus trabalhos anteriores, eu havia tido um maior contato com os indígenas de Manaus. Me impressionava muito com essas comunidades que tinham deixado suas aldeias distantes para viver nu ma espécie de zona intermediária, onde são, ao mesmo tempo, seres da floresta e da cidade, tendo que trabalhar e lidar com a rotina urbana para sobreviver. O roteiro se impregnou disso e foi ganhando forma”, comentou Sérgio.

Entre os espaços utilizados para locação do filme estão o escritório da Amazonas Film Commission, o Parque Jefferson Peres, o Orquidário e o Salão Rio Solimões.


Foto: Divulgação

O longa mostra o dia a dia de Anderson, um funcionário da linha de montagem de uma fábrica da Zona Franca de Manaus que todos os dias, após o trabalho, retorna a periferia de Manaus, onde vive a sua comunidade indígena. No lugar, os líderes locais tentam manter vivas as tradições ancestrais do seu povo. No entanto, Anderson se sente deslocado e a sua personalidade e dúvidas criam divergências entre ele e seus líderes. Certo dia, Anderson toma coragem para deixar a comunidade e morar no Centro de Manaus, mas em meio a um local completamente urbano o jovem sente medo e decepção.

No filme, são trabalhadas questões complexas como migração, miscigenação, exploração da mão de obra indígena e o aflorar de uma nova sexualidade surgem através de novas experiências vividas por Anderson.

A Secretaria de Estado de Cultura apoia projetos como os do filme “Antes o tempo não acabava” por meio de apoio com atividades logísticas e concessão de espaço para filmagens.

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