Os trabalhadores pretos e pardos recebem pouco mais da metade (55%) do rendimento médio dos brancos no Brasil. É o que mostra pesquisa sobre mercado de trabalho, a Pnad Contínua, divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira, referente aos dados do terceiro trimestre do ano. De acordo com o instituto, nesse período, enquanto o rendimento médio dos brancos foi de R$ 2.757, o dos negros ficou em apenas R$ 1.531, diferença de R$ 1.226.
– Essa diferença salarial é explicada pelo fato de pretos e pardos estarem ocupados em atividades mais informais, que exigem menor grau de formação e que, consequentemente, têm salários menores – observa Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Essa desigualdade já foi ainda maior, de acordo com a série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. No quarto trimestre do ano passado, pretos e pardos recebiam apenas 54,7% do salário médio dos brancos.
A taxa de desemprego entre pretos e pardos também é bastante superior à de brancos. No terceiro trimestre, apesar de haver queda do desemprego entre ambos os grupos, enquanto entre os brancos ficou em 9,9%, entre os negros ficou em 14,6%. A média para toda a força de trabalho foi de 12,4%.
Também falta trabalho mais entre pretos e pardos do que brancos. Nesse mesmo período, de acordo com o IBGE, enquanto a taxa de subutilização da força de trabalho (que agrega desempregados, subocupados por insuficiência de horas e os que fazem parte da força de trabalho potencial) era de 28,5% entre pretos e pardos, entre brancos era de 18,3%. A média geral ficou em 23,9%.
Das quase 13 milhões de pessoas que estavam desempregadas no terceiro trimestre de 2017, quase dois terços (63%) eram pretas e pardas. Dois terços de todos os trabalhadores subutilizados – aqueles que trabalham menos de 40 horas por semana, mas gostariam e têm disponibilidade para trabalhar mais – ou 17,61 milhões também são pretos e pardos.
Redação/Rádio Terena