Concurso de beleza escolhe Miss e Mister indígena das aldeias de Dourados

Os novos vencedores vão carregar a faixa de Miss e Mister Indígena 2018 por um ano, até que outros sucessores sejam eleitos no concurso do próximo ano. Assim, a cultura e tradição desses povos continuam mantidas e homenageadas.

0
839

Depois de muito esforço e apresentação, Rafaela Martins e Leonardo Valério foram os vencedores do título de Miss e Mister Indígena 2018, respectivamente, de Dourados, a 214 quilômetros da capital de Mato Grosso do Sul.

O concurso de beleza foi realizado na noite de segunda-feira (30) e reuniu vários candidatos de etnias da região. Além da beleza, eles também representaram a cultura do povo.

Apesar do nervosismo por causa dos olhares da plateia, os ganhadores dizem se sentirem gratificados por homenagearem a aldeia que cada um pertence. Durante o desfile, o uso do traje típico ressaltou a verdadeira identidade.

“Sinto aquilo que carrego no meu sangue”, afirmou Rafaela Martins, emocionada.

Sobre o concurso

Tradicionalmente realizado na cidade, os jovens de 15 a 25 anos, de etnias diferentes, participaram do evento. Aos olhos dos jurados, todos fizeram apresentações homenageando a própria cultura e desfilaram duas vezes.

Em uma das entradas na passarela, o candidato deveria estar trajado com roupas sociais, enquanto na outra vez com a vestimenta típica do povo.

Horas antes do início do concurso, as garotas ficaram ocupadas se embelezando. Além da maquiagem que tinha a missão de preservar a beleza natural e destacar os traços marcantes de cada uma, as candidatas também fizeram pinturas indígenas típicas pelo corpo. “Realça a nossa beleza, destaca o que a gente tem mais de bonito”, afirma a nova Miss.

Para a organizadora do evento, Indianara de Souza, todo o trabalho vai além da beleza física. Segundo ela, estar na passarela é uma forma dos jovens indígenas resistirem aos preconceitos e dificuldades com a finalidade de manter a cultura viva.

“A passarela não só representa a mostra de beleza, mas também toda uma história cultural de um povo que há 518 anos sobrevive no país onde há muito preconceito e discriminação. Então é uma forma de resistência. A passarela é uma resistência dos jovens indígenas”, explica Indianara.

Envie seu Comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here