Quem disse que indígena é preguiçoso? Indígena também é trabalhador.

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(Adelino Dias, Denivaldo Campos, Prof. Eliseu Gabriel, Kerlem Pereira, Dr. Fernando Mamedes, Éllice Messias

Hoje 1º de Maio, comemora o dia do trabalhador. O dia daquele que labuta todos os dias para o sustento de seu lar. Aquele que quer ter pelo menos um salário no final de cada mês e cumprir com suas obrigações pagando seus boletos.

Na comunidade indígena da Aldeia Córrego do Meio – Terra indígena Buriti – nas comunidades de todo Brasil isso não é diferente.  Temos trabalhadores e trabalhadoras que madrugam em seus empregos para ter e oferecer uma vida razoável a seus filhos.

Temos aqueles que todos os dias estão em suas lavouras de subsistências, capinando e cuidando da sua plantação. Temos os professores (todos graduados). Os profissionais da saúde. Vários funcionários púbicos (Psicólogo, Assistente Social, Advogado, Jornalista, Administrador, Fisioterapeuta, etc.). Os mais de 300 indígenas funcionários da empresa JBS/Seara.  Os autónomos. São alguns dos exemplos de trabalhadores indígenas que com o seu árduo trabalho buscam o seu sustento e de sua família.

E que pregou essa frase de que índio é preguiçoso? De que índio não trabalha.

Na verdade, Isso foi uma história criada para incentivar e justificar a escravidão africana. Na época da colonização (e que hoje chamamos de invasão da terra dos originários tradicionais) do Brasil. Como o transporte de escravos da África para o Brasil era muito precário e caro, os colonizadores tentaram escravizar os índios. Porém houve uma resistência muito grande, e essa escravidão nunca chegou a ter sucesso, foi aí então que os colonizadores começaram a rotular os índios como preguiçosos, mas na verdade isso foi um exemplo de coragem e inconformismo. 

E até hoje, em pleno século 21, há pessoas que ainda, em tom de sarcasmo comentam esta inverdade do indígena.

Dia do trabalho

O Dia do Trabalho teve origem na cidade de Chicago (EUA), quando milhares de operários, organizados pela Federação Americana do Trabalho, organizaram um grande paralisação. A greve teve inicio no dia 1º de maio de 1886, sendo que nesse mesmo dia foi iniciada uma greve geral que paralisou os Estados Unidos.

As condições de trabalho a que os trabalhadores eram sujeitados eram desumanas, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, onde também estouravam greves constantemente. A jornada de trabalho era de treze horas (no mínimo) chegando a até 17 horas. A reivindicação dos trabalhadores em Chicago era a diminuição da jornada de trabalho para 8 horas.

No dia 3 de maio, terceiro dia de paralisação, trabalhadores e policiais entraram em confronto, que acabou com um saldo de 50 feridos, centenas de prisões e 6 mortes. No dia seguinte, outro confronto aconteceu, resultando em mais feridos, presos e mortos. Os acontecimentos daquele início de maio receberam o nome de Revolta de Haymarket. Os líderes do movimento foram presos e responsabilizados pelas mortes. Alguns foram condenados a forca, outros a prisão perpétua.

Em junho de 1889, a Segunda Internacional (organização sindical), realizada em Paris, decidiu instituir o Dia Mundial do Trabalho, como forma de homenagear os trabalhadores mortos na Revolta de Haymarket, e para que todos os anos, nesse dia, os trabalhadores pudessem fazer suas reivindicações, como a redução da jornada de trabalho para 8 horas.

A França foi o primeiro país a legalizar o dia 1º de maio como o Dia do Trabalho, em 1919. Nessa mesma ocasião, a jornada de trabalho foi estabelecida em 8 horas.

No Brasil, são relatadas comemorações do dia do trabalho desde 1895, mas somente em 1925 a data foi legalizada pelo então presidente Artur Bernardes, quando passou a ser feriado nacional.

 

Gildson Gabrie/Rádio Terena

 

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