Indígena de 12 anos acumula títulos nacionais e internacionais no Wakeboard

0
805
Foto: Arquivo pessoal

O indígena Jair Paulino de Souza, mais conhecido como Jajá, conquistou o Campeonato Brasileiro de Wakeboard. O evento foi realizado em Nova Lima, Minas Gerais, na Serra da Moeda. O atleta mirim tem apenas 12 anos e já acumula 10 títulos com destaque em todas as competições nacionais e até internacionais que participou.

Jajá, que é da tribo Karapanã, disse que o esporte abriu portas na vida dele, mas que deseja ainda mais. “Antes eu era muito briguento. Alguém mexia comigo, eu já saía na mão com eles. Se não fosse pelo diretor, não teria saído de Manaus. Conheci outras culturas. Inclusive, conhecer o Marreco. Eu quero viajar mais, participar do mundial e ser reconhecido mundialmente. E pretendo ter uma escolinha de Wake. Ajudar bastante a minha família. Dar uma vida melhor para eles”, explicou, segundo o GloboEsporte.com.

O garoto treina quatro vezes por semana com o treinador empresário amazonense, Jorge Chalub e também recebe orientações do campeão brasileiro na modalidade profissional, Marreco. Nas férias, Jajá passa uma semana com ele em Bragança Paulista-SP, recebendo treinos.

Lica, mãe de Jajá, é professora indígena da língua Nheengatu. Ela recorda como foi o encontro do menino, de apenas cinco anos, com o esporte.

“Jair nasceu aqui no Tarumã Açu. No período da tarde, os meninos do Wake vinham treinar, e Jair ficava observando e se encantou. O pai dele disse que iríamos incentivar. Alugamos uma prancha de um amigos sem a bota, porque tudo vem separado”, relembrou.

 

Jairo, pai de Jajá, prometeu que compraria os equipamentos necessários, mas não podendo comprar tudo de uma vez, disse que iria adquirir quando pudesse. O menino, ansioso pelo esporte, furou o tênis que tinha acabado de ganhar, e colocou na prancha alugada.

 

“Tinha 5 anos quando começou a andar aqui no rio. Era muito pequeno, a bota ficava quase no joelho dele. Quando começou logo ficou em pé na prancha, pois precisa ter equilíbrio e força nos braços. E ele teve. Não tinha medo também, porque quando caia no meio do rio, ficava tranquilo. Andava no período da tarde, quando o pai voltava do trabalho. Passavam 1h ou 30min, porque era muito cansativo, mas dava um empurram”, revelou Lica.

Envie seu Comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here