Transmitida em Língua Indígena, projeto PROERD conscientiza sobre os riscos das drogas

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Para o policial militar Cristian David Colman Lima, de 38 anos, ter um mundo mais fraterno começa por uma atitude. Ao entrar em escolas indígena de Mato Grosso do Sul, apesar da turma saber o português, ele não tira o direito da meninada de falar em guarani, pelo contrário. Para valorizar a cultura, passou a falar com os alunos na língua indígena.

“Minha mãe é paraguaia e meu pai brasileiro, sempre tivemos o guarani, espanhol e português como línguas dentro de casa, e me orgulho disso”, justifica.

Em sala de aula, policial faz a diferença conversando com as crianças em guarani
Turma da aldeia Guasuti, no município de Aral Moreira. (Foto: Arquivo Pessoal)

Nascido em Ponta Porã, Cristian é policial há 12 anos e há 10 faz parte do projeto Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas), que percorre as escolas com palestras sobre os efeitos dos entorpecentes.

As aulas recentes aconteceram na aldeia Guasuti, no município de Aral Moreira, a 259 quilômetros de Campo Grande. Cristian também leciona em Ponta Porã, Antônio João, na aldeia indígena Marangatu e em Laguna Carapã, nas aldeias Guaimbê e Jacaré.

“Como todos são indígenas, a comunicação fica mais fluente e eles se sentem muito mais privilegiados, mesmo sabendo todo o português. Desde que comecei, sempre achei justo só falar em guarani”, conta.

Desde de começou ele diz ter sentido a diferença na recepção das crianças e no entendimento sobre a importância de falar sobre as drogas.

“Na maioria das aldeias, aquelas crianças vivem uma situação muito distinta em relação as outras quanto o assunto é educação. Por isso, valorizar o guarani, é valorizar a cultura e incentivar que eles tenham acesso a todo tipo de informação”.

Em sala de aula o policial faz uma introdução sobre os riscos das drogas, o narcotráfico e violência. “É um projeto muito importante para eles, nas aldeias há muitos casos de indígenas que sofrem com a dependência química, em decorrência disso temos também casos de suicídio e isso é muito triste. Tem que ser falado sobre o risco da droga com as crianças e adolescentes”.

Apesar de uma década envolvido com o projeto, recentemente um portal paraguaio publicou a história de Cristian e trouxe à tona sua iniciativa como motivo de admiração. “Lá tem mais de 80 mil visualizações e fiquei muito feliz com isso. Tanto que já entramos em contato com as autoridades do Paraguai para levar o projeto até as escolas de Pedro Juan Caballero”.

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