O general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), indicado a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República, se autodeclarou indígena em seu pedido de registro de candidatura feito ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na última semana, uma declaração de Mourão durante evento no Rio Grande do Sul provocou polêmica e protestos de entidades. Na ocasião, o general da reserva disse que o Brasil herdou “indolência” da cultura indígena e “malandragem” do africano.
“Ainda existe o complexo de vira-lata aqui dentro do nosso país, infelizmente, e nós temos que superar isso. E está aí essa crise política, econômica e psicossocial. Nós temos uma herança cultural, uma herança que tem muita gente que gosta do privilégio. Então essa herança do privilégio é uma herança ibérica, temos uma certa herança da indolência que vem da cultura indígena – eu sou indígena, presidente, meu pai era amazonense. E a malandragem, Edson Rosa, nada contra, mas a malandragem é oriunda do africano. Então esse é o nosso cadinho cultural. Infelizmente gostamos de mártires, líderes populistas e dos macunaímas”, disse na ocasião.
Após a repercussão de sua fala, o candidato a vice disse foi mal interpretado e ressaltou que em momento algum fez referência a indígenas e africanos de forma pejorativa. Afirmou ainda que não é racista, reforçou sua origem indígena, e disse que “o brasileiro precisa conhecer a sua origem para as coisas boas e não tão boas”.
Em 2016, segundo o TSE, foram 1.715 candidatos que se autodeclararam indígenas. A maior parte dos pedidos de registro foi feita no Norte do país (648), seguido pelo Nordeste (411), Centro-Oeste (284), Sudeste (208) e Sul (114). Do total de candidatos, 173 foram eleitos.