A noite de quarta-feira (15) foi de homenagem a Luiz Melodia e muita música durante a 29ª edição do Prêmio da Música Brasileira, que rolou no Rio de Janeiro. E houve, também, espaço para protestos.
Foi o caso de Maria Gadú que, acompanhada da mulher, Lua Leça, usou cocar e pintura facial para protestar contra mais um assassinato contra um membro da comunidade indígena. Lua usou um macacão vermelho igual ao da amada e um lenço defendendo a descriminalização do aborto.
“Minha família é indígena, do Alto do Xingu, e luto pela causa indígena desde criança. Um cacique, Jorginho [Guajajara], foi assassinado e vim com pintura do nosso povo em protesto”, disse ela a QUEM, negando que se intimide com críticas sobre “apropriação cultural”. “Não tenho medo de apropriação. Protesto em prol de qualquer causa é válido. A gente, que está na luta, não está ligando para isso. A gente está na linha de frente. Quem vai para a trincheira não liga para essas coisas”, completou ela. Jorginho foi encontrado morto no último final de semana, na Terra Indígena Araribóia, na Amazônia maranhense
Quando o assunto foi a homenagem a Melodia, morto em agosto de 2017, aos 66 anos, após um câncer raro, Gadú relembrou sua relação com o músico. “A homenagem foi maravilhosa. Melodia foi meu vizinho por muitos anos, convivi com ele cotidianamente. A escolha de tudo [na premiação] foi muito linda. Fiquei muito emocionada.”