ONG brasileira participa de eventos nos EUA com 20 povos indígenas em combate às mudanças do clima

Dois eventos preparatórios para a 24ª Conferência do Clima da ONU (COP24) ocorrem entre os dias 10 e 14 de setembro na Califórnia.

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A organização não-governamental brasileira Uma Gota no Oceano estará presente em dois grandes eventos que são uma preparação para a 24ª Conferência do Clima da ONU (COP24). São eles: Governors’ Climate and Forests Task ForceGlobal Climate Action Summit, que ocorrem entre os dias 10 e 14 de setembro em São Francisco, na Califórnia.

Estarão reunidos 45 indígenas, de 20 povos diferentes dos seguintes países: Brasil, Estados Unidos, Equador, Colômbia, Venezuela, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Guatemala, México, Indonésia, Bolívia e Guiana.

De acordo com Maria Paula Fernandes, da Uma Gota no Oceano, a associação independente Guardiões da Floresta também estará no local. Ela representa povos indígenas da América Latina e da Indonésia, incluindo a Articulação Brasileira dos Povos Indígenas (Apib).

Maria Paula contou ao G1 que pela primeira vez um povo indígena dos Estados Unidos estará presente: os Yurok. Eles devem falar sobre o combate aos incêndios florestais e a retirada de barragens dos rios. A ONG brasileira deverá ajudar na elaboração de estratégias de divulgação sobre as ideias e projetos elaborados junto aos povos indígenas.

“Do Brasil, Maria Judite Guajajara discorre sobre a experiência do povo Guajajara do Maranhão no trabalho de prevenção a incêndios, que frequentemente atingem a Terra Indígena Arariboia, na Amazônia maranhense”, disse.

Nesses eventos em São Francisco, as pautas irão girar em torno dos novos compromissos para negociar com os líderes mundiais na prevenção do aquecimento global. São cinco áreas principais a serem debatidas: Sistemas de Energia Saudáveis, Crescimento Econômico Inclusivo, Comunidades Sustentáveis, Manejo Terrestre e Oceânico e Investimentos Climáticos Transformadores.

“A importância da participação do Brasil nesses encontros é fundamental, pois o país abriga 60% da maior floresta tropical do mundo, que é fundamental para a regulação do clima e dos regimes de chuva em boa parte do planeta, e as terras Indígenas são suas áreas mais preservadas”, disse Maria Paula.

A COP24

Neste ano, a COP24 está marcada para o início de dezembro e deverá encerrar a negociação sobre os critérios de implementação do Acordo de Paris, firmado em 2015.

Em estudo publicado em outubro de 2017, a ONU avalia que as metas estabelecidas representam apenas um terço do que é necessário para combater as mudanças climáticas. Por isso, há uma expectativa de que elas sejam revistas, com uma maior ambição dos países do Acordo em preservar o meio ambiente.

Segundo Maria Paula, a principal preocupação do Brasil deverá ser com a redução do desmatamento.

 
Desmatamento na Amazônia aumentou 40% nos últimos 12 meses, diz instituto (Foto: Reprodução/JN)

Desmatamento na Amazônia aumentou 40% nos últimos 12 meses, diz instituto (Foto: Reprodução/JN)

“O Brasil hoje está na contramão da agenda de clima, com desmatamento em alta, meio ambiente virando moeda de troca entre o governo e a bancada ruralista e subsídios bilionários ao petróleo. Caberá ao novo governo demonstrar que vai recolocar o Brasil de volta no caminho da responsabilidade climática”, disse.

Segundo ela, também é importante um maior investimento em fontes de energia limpas e renováveis. “Hoje, por exemplo, se sabe que hidrelétricas construídas em florestas são altamente poluentes, pois seus reservatórios emitem metano, gás causador do efeito estufa ainda mais potente do que o CO2”.

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