O Ministério Público Federal denunciou, nesta segunda-feira (15), oito indígenas presos por crimes praticados na Reserva Votouro, no interior de Benjamin Constant do Sul, no Norte do Rio Grande do Sul. Elizeu Garcia (ex-cacique), Alípio Lopes (ex-vice-cacique), Ade de Paula, André de Oliveira, Judas Lopes, Luis Carlos Farias e Gilberto Sipriano são acusados de homicídio, tentativa de homicídio e cárcere privado. O oitavo denunciado, Ronaldo Tedesco, não teve a prisão decretada.
O advogado do grupo, Eliandro Truccolo, informa que vai analisar o conteúdo do inquérito policial que gerou a denúncia, e se manifestará depois disso. Os denunciados negam participação nos crimes.
As investigações iniciaram em março deste ano, quando um conflito na reserva deixou um índio morto e outras oito pessoas feridas. Em agosto, em operação envolvendo a Polícia Federal, a Brigada Militar e o Exército, quatro indígenas foram presos.
De acordo com a denúncia do MPF, na noite do dia 30 de maio, o carro em que Natan, de 21 anos, sobrinho do prefeito da cidade, Itacir Hochmann, e Hércules Turra estavam foi confundido pelos indígenas com o veículo de um inimigo político. Os índios teriam perseguido os dois.
Natan foi morto com um tiro na cabeça e Hércules conseguiu fugir pela mata depois de perder o controle do carro.
Horas depois, Itacir Hochman foi até a reserva. Os índios atiraram contra ele e, mesmo o reconhecendo, torturam Itacir e o mantiveram em cárcere privado. Ele foi ferido na cabeça com um tiro e libertado somente no dia seguinte, pela manhã.
André de Oliveira, Ronaldo Adriano Cardoso Tedesco e Elizeu Garcia foram denunciados por homicídio consumado e tentado, duplamente qualificados (motivo torpe e meio que dificultou a defesa das vítimas) contra Natan Coser Hochmann e Hércules Turra.
Elizeu Garcia e André de Oliveira, junto com Ade de Paula, Judas Lopes, Luis Carlos Farias e Gilberto Sipriano, também foram denunciados pela tentativa de homicídio contra Itacir Hochman e por terem mantido ele em cárcere privado.
Por G1 RS