A manifestação faz parte do Acampamento Terra Livre (ATL), uma marcha de indígenas de diversas partes do Brasil à capital do país que ocorre há 15 anos e que deverá reunir entre quatro e cinco mil indígenas na Esplanada dos Ministérios, entre quarta e sexta-feira, segundo os organizadores.
Os indígenas informaram que, além de defenderem melhorias das condições de vida dos seus povos, planeiam protestar contra decisões tomadas pelo Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
Uma dessas medidas é o decreto de Bolsonaro que ordenou a transferência da Fundação Nacional do Índio (Funai) do Ministério da Justiça para a pasta de Direitos Humanos e a mudança da atribuição de demarcação de terras indígenas para a pasta da Agricultura.
O ministro da Secretaria de Governo do Brasil, general Carlos Santos Cruz, disse hoje que não vê nenhum problema entre o Governo e os líderes indígenas que organizaram manifestações e um acampamento em Brasília nesta semana.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Santos Cruz afirmou que se tudo for feito com “ordem” e “educação” não haverá “problema nenhum” com o acampamento de povos indígenas, que começará a ser montado esta noite.
O governante frisou que o importante é haver “respeito mútuo” e que o interesse do Governo é cumprir a sua função de “identificar, equacionar e resolver problemas” dos índios.
“O Governo está empenhado em possibilitar o acesso direto dos indígenas aos diferentes órgãos federais, sem intermediários, a fim de ouvir problemas e sugestões. E esclarecer e fazer todo o esforço para solucionar as questões e melhorar as condições de vida dos brasileiros indígenas”, disse Santos Cruz.
Na semana passada, o assunto suscitou polémica, após o ministro da Justiça, Sérgio Moro, ter autorizado a convocação de agentes da Força Nacional de Segurança Pública para a preservação da ordem durante o protesto.
A autorização atendeu a um pedido do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, que pediu proteção especial na Esplanada dos Ministério e na Praça dos Três Poderes, onde estão o Parlamento e a sede do Governo brasileiro, temendo a possibilidade de distúrbios durante os atos promovidas pelos indígenas e movimentos sociais.