Integração das comunidades indígenas por meio do esporte marcou a 13ª edição dos Jogos Urbanos Indígenas de Campo Grande promovido pela Prefeitura de Municipal neste domingo (28) no Parque Ecológico do Sóter. Em virtude da chuva que caía desde a madrugada, a solenidade de abertura foi cancelada, porém não foi motivo para desanimar os participantes e todas as competições foram mantidas.
Além das disputas nas modalidades de Voleibol 4×4, Arco e Flecha, Futebol Sete, Futsal Feminino, Atletismo, Lança, Cabo de Guerra, este ano o evento apresentou a exposição de cultura indígena regional e espaço kids com Projeto Brincalhão.
O prefeito Marquinhos Trad compareceu durante os jogos e lembrou que Mato Grosso do Sul tem a segunda maior população indígena do país, e Campo Grande possui a característica de comunidades indígenas organizadas dentro da cidade. Nesse sentido, instituições de políticas públicas como as focadas no esporte ajudam na integração das diferentes populações e etnias.
“Representa a integração, união e o fortalecimento das comunidades reforçando a importância de buscarem não a competição, mas sobretudo o entrelaçamento e o conhecimento dos moradores indígenas dentro de nossa cidade. Campo Grande cresceu muito e há comunidades que não se conhecem entre si, índios de bairros como o Dalva de Oliveira que não conhecem os seus patrícios do Novo Dia”, explicou.
Com o objetivo de incentivar a prática esportiva e a valorização da identidade indígena, o diretor-presidente da Funesp, Rodrigo Terra, destacou que a competição, realizada pelo terceiro ano consecutivo, atraiu quase 700 pessoas. “Ficaram quatro anos parados. No primeiro ano fizemos um torneio menor, mas no ano passado veio com tudo e este ano está sendo um sucesso porque teve mais gente inscrita de 15 comunidades”, exaltou.
Representante da Aldeia Indígena Marçal de Souza na competição do cabo de guerra, a subsecretária de Políticas Públicas para a População Indígena do Estado de Mato Grosso do Sul, Silvana Terena, considera que estes jogos resgatam e revitalizam a cultura indígena no trabalho desenvolvido pela atual gestão na Capital.
“Acredito que essa celebração dos jogos da nossa Capital com uma comunidade formada por aproximadamente 10 mil índios, é um ato de reconhecimento como cidadãos campo-grandenses pelas autoridades para os povos indígenas. É uma tradição da nossa cultura, onde medimos nossas forças. Mas não em uma competição, e sim em uma celebração”, afirmou.
As partidas aconteceram simultaneamente durante todo o dia. Ao todo, os jogos reuniram 685 atletas de 15 comunidades de Campo Grande.
A campeã geral com 43 pontos foi a Comunidade Água Funda, vencedora em várias modalidades como futebol de sete, cabo de guerra e outros. Em 2º lugar com 32 pontos ficou a Comunidade Marçal de Souza e em 3º lugar com 18 pontos, ficou o Núcleo Indígena Ceramista.
Para o Líder da Comunidade Água Funda, Lorival Santana, participar destes jogos representa o reconhecimento da cultura indígena como cidadãos campo-grandenses pelas autoridades e para os povos indígenas.