O governo do Maranhão criou uma força-tarefa para reforçar a segurança dos índios da reserva Arariboia. Na sexta-feira (1º), o líder indígena Paulo Paulino Guajajara foi morto num confronto com madeireiros.
Lideranças indígenas de todo o Maranhão protestaram em Imperatriz, cidade que concentra as investigações sobre o crime. Cobraram mais agilidade na apuração do caso.
“Hoje, o clima é de tensão, de medo nas aldeias”, conta Fabiana Guajajara, líder indígena.
O líder indígena Paulo Paulino Guajajara foi assassinado na sexta-feira à noite, dentro da reserva Arariboia, uma das últimas áreas preservadas da Floresta Amazônica no Maranhão. O índio Laércio Guajajara levou dois tiros, mas conseguiu fugir e se recupera bem. Segundo ele, cinco homens armados fizeram uma emboscada para matar os dois líderes dos Guardiões da Floresta.
Laércio falou com o documentarista Ticiano Brito, que está produzindo um filme sobre o grupo criado pelos índios para proteger a reserva: “a gente já fez muitas denúncias já. Alertou muitas as autoridades, mas nada feito”, afirma Laércio.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário, dos cinco líderes indígenas assassinados nos últimos três anos no Maranhão, dois faziam parte dos Guardiões da Floresta. Agora, a Funai informou que pediu ajuda da Força Nacional de Segurança para proteger os índios que vivem na reserva.
O coordenador da Funai No Maranhão, Guaraci Mendes, disse que já vinha alertando o Ministério da Justiça e Segurança Pública sobre o risco de conflitos na área: “a gente já havia dando ciência há um bom tempo e infelizmente não foi atendido, seja por falta de contingente, seja por falta de verba, infelizmente, ou enfim seja por não darem a devida importância”.
O governo do Maranhão anunciou a criação de uma força-tarefa para que as forças estaduais de segurança atuem em parceria com órgãos federais para proteger a reserva e os índios. Agentes da Polícia Federal passaram o dia dentro da mata à procura de pistas dos assassinos.
A Polícia Federal afirmou que os alertas da Funai sobre ameaças na região já estavam sob investigação e foram incluídos no inquérito policial.