A Coordenação da Funai de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, tem novo coordenador, José Magalhães. A nomeação, assinada pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Luiz Pontel de Souza, atenderia a uma indicação de sua correligionária, a senadora Soraya Thronicke (PSL).
A publicação também pegou lideranças indígenas de surpresa, que até o início desta manhã, pouco sabiam sobre Magalhães. Além disso, o novo coordenador é autodeclarado branco e não teria afinidade com a agenda indígena.
Nas redes sociais há manifestação por parte das lideranças de que o novo coordenador não conhece a realidade das aldeias de Mato Grosso do Sul e outros repudiando sua declaração na imprensa de que “A Funai não é a casa do índio…”
Henrique Terena no seu perfil do facebook escreveu a seguinte mensagem de agradecimento. “Quero aqui dizer que foi um tempo de aprendizado os 11 meses que passei na direção da CR Funai em CG MS. Saio com orgulho de um dever cumprido e poder atender todos de igual forma. A Funai e um órgão federal por onde passam pessoas que muitas vezes, pouco entendem das políticas indigenista e isso complica as ações para o cidadão indígena. Aos servidores que sempre esteve ao meu lado puderam com orgulho dizerem que passou por aqui não um CHEFE mas amigo e companheiro. Torço para o meu sucessor um bom trabalho e assim fazer diferença. A minha dignidade e caráter nunca será manchada por ninguém e assim seguimos o caminho. Obrigado a todos.” Finalizou.
Vale lembrar que, desde março de 2019, a Funai estava sob o comando do pastor terena Henrique Dias, que é amigo da ministra Damares Alves.
O novo coordenador regional da Funai tem 73, é militar da reserva e foi candidato a deputado estadual pelo PSL nas última eleições, na qual conquistou 1.325 votos. Ao longo de 2018, ele integrou um grupo que costumava se concentrar no cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Rua 14 de Julho em apoio ao presidente Jair Bolsonaro e contra a reeleição de políticos. Ele também ficou conhecido pelo uso do megafone nas manifestações, com a frase “não reeleja, passe a régua”.
Magalhães também foi figura polêmica na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), mesmo sem ter sido deputado. Em setembro de 2007, ele ingressou com ação na Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais contra o então presidente da Casa, Jerson Domingos, a fim de obter a quebra do sigilo do salário de parlamentares. Após isso, Magalhães também moveu mandado de segurança em 2010 que queria saber detalhadamente qual o salário de um deputado estadual no Estado, inclusive com os subsídios inerentes ao cargo.
Ele também ficou conhecido por ter atirado ovos contra si em uma manifestação na Câmara dos Vereadores, em 2012, contra o reajuste salarial dos vereadores de Campo Grande. “Que eles sejam atingidos simbolicamente. É um ato de repúdio. Não posso ser violento e jogar neles. Que eles recebam simbolicamente e sintam-se atingidos. Vereador não tem salário, tem subsídio. É uma ajuda de custo. Como cidadão não quero mais pagar este valor. Sintam-se ovados e não ovacionados. Me sinto roubado em pagar R$ 15 mil para um vereador”, protestou, na ocasião.
Atualizado as 11:22 para acréscimo de informações