Indígenas apontam a violência como um dos principais problemas da aldeia em Dourados

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Indígenas que moram na Aldeia Jaguapiru, em Dourados, apontam a violência como um dos principais problemas da reserva. Em reunião com o procurador do MPF (Ministério Público Federal), Marco Antônio Delfino e membros do CNDH (Conselho Nacional de Defesa dos Direitos Humanos) eles pediram providências no sentido de garantir um sistema de segurança permanente na região, que possa abranger as aldeias e também as retomadas.

Durante encontro realizado em frente à Casa de Reza, que fica no terreno do Seu Getúlio, eles relataram que os casos de violência estão cada vez mais frequentes. “É difícil o dia que não acontece um crime aqui na reserva. E cada um está mais violento que o outro”, disse seu Getúlio, que também revelou estar sofrendo ameaças de brancos que moram na reserva.

Procurador do MPF e membros do CNDH ouvem relatos.(Foto:Marcos Morandi, Midiamax)

Segundo os moradores da reserva, mesmo quem fica em casa não está isento dos riscos. “ Faço um apelo a todos os senhores e senhoras, que são autoridades e que podem nos ajudar, que passem uma noite aqui e vejam o que realmente acontece. Tem sempre alguém rondando as nossas moradias”, disse uma indígena.

Segundo relatos dos indígenas, a situação está cada vez mais preocupante e fora do controle, na medida em que o consumo de drogas e álcool tem se disseminado entre os mais jovens. “Depois das 18 horas ninguém mais consegue sair na reserva. Gangues de crianças e jovens drogados saem com facões e machetes nas ruas e podem atacar quem vê pela frente”, disse uma moradora da Jaguapiru.

De acordo com informações apuradas pela reportagem do Midiamax, o surgimento de gangues no interior das reservas tem ganhado proporções que são ainda mais assustadoras. “O terror do momento nas aldeias é a Gangue do Palhaço. Pode ate parecer uma lenda urbana, mas ela é retratada nos desenhos das crianças nas escolas da aldeia, que estão amedrontadas”, revelou um educador.

Acampados da Ñu Verá também reclamam de violência.(Foto: Marcos Morandi, Midiamax)

Além dos membros do CNDH , autoridades ligadas à DPU (Defensoria Pública da União) , MPF (Ministério Público Estadual), Defensoria Pública Estadual , CIMI (Conselho Missionário Indigenista)  e outras entidades estiveram nas áreas de conflitos que envolvem indígenas e produtores rurais. Eles irão preparar um relatório que deve ser entregue ao Governo Federal e também às organizações internacionais de direitos humanos.

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