MPF adota medidas para evitar que o novo coronavírus chegue em aldeias de MT — Foto: Gcom-MT
Como muitos indígenas vão até as cidades para fazer compras e outras atividades, os procuradores decidiram fazer o apelo para que permaneçam o maior tempo possível nas aldeias.
Atualmente, não há registros de casos de coronavírus em indígenas no estado. O objetivo da campanha é justamente evitar a contaminação nas aldeias.
Na região norte do estado, próximo a Aripuanã, onde já foram registrados dois casos da Covid-19, as terras que estão em alerta são Piripikura (índios isolados), Sete de Setembro (Suruí), Zoró (Zoró), Roosevelt (Cinta Larga), Arara do Rio Branco (Arara) e Parque do Aripuanã (Cinta Larga).
Na região do Araguaia, próximo a União do Sul e Canarana, que somam outros dois casos, estão o Parque Indígena do Xingu e a TI Pimentel Barbosa (Xavante). Somente no Parque do Xingu vivem indígenas de 15 etnias diferentes: Wauja, Trumái, Yawalapití, Mehináku, Aweti, Yudjá, Kisêdjê, Ikpeng, Matipú, Kuikuro, Nahukuá, Tapayuna, Kaiabi, Kamayrurá, Kalapalo.
Já na região sudoeste, as aldeias Utiariti, Paresi, Estivadinho, Figueiras e Rio Formoso (todas da etnia Paresi), Sararé (Nambikwára) e Portal do Encantado (Chiquitanos) estão próximas aos municípios de Campo Novo do Parecis, Tangará da Serra e Pontes e Lacerda, que já registram sete casos da doença.
Na região central do estado apenas uma Terra Indígena está sob alerta, que é a Santana, dos Bakairi. Ela fica em Nobres e nas proximidades de Nova Mutum, que possui um caso de contaminação do novo coronavírus.
No sul de Mato Grosso, as TIs em estado de alerta são Sangradouro/Volta Grande (Xavante e Bororo), próxima a Primavera do Leste, com um registro, e Jarudore, Tereza Cristina e Tadarimana. Essas últimas três terras estão nas proximidades de Rondonópolis, que atualmente é a segunda em número de casos de Covid-19 no estado, são 22 confirmações.
Conforme o senso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, Mato Grosso tem aproximadamente 42 mil indígenas de 45 etnias: Apiaká, Apurinã, Arara do Rio Branco, Aweti, Bakairi, Bororo, Chiquitano, Cinta larga, Enawenê-nawê, Guató, Ikpeng, Iny, Karajá, Iranxe, Manoki, Kalapalo, Kamaiurá, Kawaiwete, Kisêdjê, Krenak, Kuikuro, Matipu, Mebêngôkre, Kayapó, Mehinako, Menky, Manoki, Nahukuá, Nambikwara, Naruvotu, Panará, Paresí, Rikbaktsa, Surui, Paiter, Tapayuna, Tapirapé, Terena, Trumai, Umutina, Wauja, Xavante, Yawalapiti, Yudja e Zoró.
Estes estão distribuídos em 87 terras indígenas em situação de estudo, delimitadas, regularizadas ou declaradas, conforme informações da Fundação Nacional do Índio (Funai).
De acordo com o MPF, com as últimas destinações de recursos para os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis) Araguaia e Cuiabá, o valor distribuído foi de mais de R$ 1 milhão.
O recurso deve ser usado durante esse período de pandemia para a aquisição de materiais médico-hospitalares, kits de testagem rápida, medicamentos, materiais educativos e alimentação das comunidades indígenas.