A Covid-19 já provocou 23 mortes na população indígena, uma contaminação também rápida, assim como na sociedade majoritária brasileira, e que acende sinal de alerta no Ministério da Saúde. Já há 371 casos confirmados de infecção de indígenas, conforme boletim epidemiológico divulgado pela pasta.
Dados da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) detalham que, dentro desses 371 casos confirmados, houve as 23 mortes de indígenas e também 214 curas clínicas. O boletim também registra mais 152 casos suspeitos, 467 descartados e, atualmente, 126 infectados.
Preocupado, o ministério da Saúde redobrou as recomendações às equipes médicas que atendem as comunidades indígenas do país. À coluna, a SESAI respondeu não ter dados das contaminações de indígenas por Estado. As informações dizem respeito aos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI).
O levantamento mostra o Ceará liderando em casos suspeitos (35) de contaminados com o coronavírus, mas o grande foco da infecção está no Alto Rio Solimões, no Amazonas, puxando os números de confirmados (162), os de descartados (117), os de infectados atualmente (25), bem como as curas clínicas (125) e os de óbitos (11).Segundo o ministério, as equipes multidisciplinares de saúde indígena são orientadas a priorizar o trabalho de busca domiciliar por suspeitas de Síndrome Gripal (SG) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), realizando triagem dos confirmados e evitando circulação de pessoas com sintomas respiratórios.
“Também foram enviados, em abril, equipamentos de proteção individual, sendo um total de 8,9 mil unidades de máscaras N95 e máscaras cirúrgicas; 96,4 mil luvas de procedimento e 10.380 unidades de testes rápidos para COVID-19. Todos estes insumos complementam os estoques próprios dos 34 DSEI, que também mantêm processos permanentes de aquisição de equipamentos, possibilitando que todos os colaboradores e, consequentemente, os indígenas, estejam devidamente protegidos”, disse a pasta para a coluna. O ministério não informou os nomes e etnias dos pacientes.