Número de candidatos indígenas aumenta quase 30% nas eleições 2020

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Por O Globo

Tereza Arapium, 56 anos, concorre a uma das 51 vagas para a Câmara do Rio, pelo PSOL. Foto: Divulgação

O número de candidatos que se declararam indígenas aumentou em mais de 27% nas eleições desse ano, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Até o início da semana, tinham sido registrados 2.177 candidatos indígenas em 2020, contra 1.715 , em 2018. Apesar do aumento, o número representa apenas 0,39% do total de candidaturas. Candidatos e representantes do movimento enxergam a alta como um contraponto aos ataques sofridos nos últimos anos e as políticas do governo Bolsonaro para a área ambiental.

Os 2.177 candidatos indígenas estão distribuídos em 32 partidos. O PT lidera esse ranking, com 263 candidaturas, seguido pelo MDB e o PP, com 152. Porém, esses dados representam uma parcela ínfima do número de candidatos que esses partidos lançam. As 263 candidaturas petistas, por exemplo, representam apenas 0,96% do total de petistas que já solicitaram o registro. As 152 de MDB e PP constituem 0,33% e 0,39%, respectivamente. O partido que mais lança indígenas proporcionalmente é o PSTU. O baixo número de candidaturas no total, 204, ajuda a explicar o número.

Ariane Sussui, 23 anos, vai tentar pela primeira vez uma vaga na Câmara Municipal de Boa Vista (RR).  Da etnia Wapichana, ela começou na política ao fazer trabalho voluntário na campanha da deputa federal Joenia Wapichania (Rede-RR).  Após sair sozinha da sua comunidade para ingressar na universidade, Ariane conta que a busca por representatividade a estimulou a tentar uma candidatura. 

— Em Boa Vista, nós nunca tivemos um representante indígena, apesar dos quase 20 mil indígenas que moram aqui. Mais do que nunca, a gente precisa estar nos espaços de decisão. É uma forma de resistência — afirma.

 

 

 

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