O secretário da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), Robson dos Santos, solicitou seu afastamento do cargo para dedicar exclusivamente a sua conclusão de doutorado.
No áudio recebido pela nossa reportagem Robson disse que após 412 dias de mandato, pouco mais de 2 anos, é chegada o difícil momento de passar o cargo. Trata-se de uma decisão pessoal importante e plenamente justificada. O secretário explica o motivo de sua decisão, agradece a Deus, ao Presidente da República, ao Ministro da Saúde, aos servidores, aos caciques, lideranças e aos indígenas sobre os quais está a responsabilidade e um dever sem precedentes.
Ressaltou que assumiu esta função em meio a uma das maiores pandemia que o mundo já viveu e passa a função com pessoas vacinadas. Lamentou cada morte, cada perda, mas disse que trabalhou com afinco e apoio de todos.
Desabafou dizendo: ” Mesmo quando cercado e ofendidos por muitos que vivem da mentira e lucram com os males que afetam os indígenas brasileiros, nós mantivemos o foco na verdade e no trabalho a ser feito.”
Disse ainda que as criticas são bem vindas e importantes mas quando são feitos por pessoas sem escrúpulos e usam as pessoas para seus fins políticos e pessoais que querem enriquecer e usurpar as pessoas e o país a qualquer custo, reafirmou não se importar com estas pessoas porque acredita que a maioria absoluta das pessoas de bem ainda lutam pelo coletivo.
Alertou ainda que “É importante que todos tenham a mente e a consciência aberta para verificar estes oportunistas e deixarem nos seus respectivos lugares longe do bem comum.
Contundentemente afirmou que não haverá risco de retrocesso na SESAI porque sabe que muitos estão comemorando com a sua saída e reconhece que não agradou todo mundo dizendo que faz parte da democracia.
“O que não há motivo para comemorar é expectativa de qualquer retrocesso, práticas ruins, praticas estranhas,… vícios…”
“Nós implantamos rígidos padrão de governança, fortalecemos o controle social, implantamos processo seletivos, vagas exclusivas para indígenas, ações interministeriais, uma ida a campo como nunca se viu antes. Estive nos 34 distritos em alguns conhecendo os territórios e em outros visitando sede da DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígenas) das CASAIS (Casas de Apoio a Saúde Indígena). Isso foi valioso para conhecer, ouvir, saber o que realmente se passa nos territórios e isso foi fundamental para nossa gestão”
Ratificou que sua saída não foi solicitada pelo presidente, pelo ministro da saúde, mas sim, uma decisão pessoal para dedicar ao termino de conclusão de seu doutorado.
Finalizou com emoção dizendo: ” Há dois sentimentos controversos, a alegria de ter feito o melhor, não tudo, mas o melhor e dedicado a cada momento e a tristeza de poder deixar o cargo tão valioso, tão sublime que o ser humano pode ocupar. Que Deus nos proteja e possamos fazer deste país, um Brasil melhor, com igualdade e justiça de verdade.”