IBGE inicia censo indígena em MS pela aldeia Lagoinha na TI Buriti

Serão levantados dados referentes à etnia, línguas faladas, configuração familiar, acesso a saneamento, escolaridade e outras informações.

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) começou, nesta quarta-feira (10), o Censo Indígena 2022. Em Mato Grosso do Sul, a pesquisa demográfica teve início na Aldeia Lagoinha, que integra a Terra Indígena Buriti, em Sidrolândia (MS), região central do estado.

Conforme o instituto, com base em metodologias específicas, será possível mapear a realidade dos povos originários brasileiros. Serão levantados dados referentes à etnia, línguas faladas, configuração familiar, acesso a saneamento, escolaridade e outras informações.

Pesquisa será realizada em mais de 100 aldeias. — Foto: Divulgação/IBGE

Pesquisa será realizada em mais de 100 aldeias. — Foto: Divulgação/IBGE

A coordenadora do Censo 2022 em áreas indígenas, Marta Antunes aponta que no estado são 56 terras indígenas, 111 aldeias e comunidades mapeadas, além de mais de 90 outras localidades.

“Dentro das aldeias, das comunidades indígenas, das terras indígenas, o IBGE tem um procedimento diferenciado. A gente chega, procura a liderança, conversa ela, faz uma reunião de abordagem, explica todo o trabalho que vai ser feito no Censo e aplica também um questionário inovador no Brasil, que é para a liderança sobre toda a aldeia, toda a comunidade”, comenta.

Depois deste contato, tem início a aplicação de questionários com os moradores.

“Só depois, com autorização e apoio da liderança, às vezes com a indicação de um guia comunitário ou intérprete que a gente começa o trabalho de bater em cada casa e fazer o questionário domiciliar, o básico e o amostra”, acrescenta Marta.

 

Em algumas situações, guias e intérpretes são utilizados. — Foto: Divulgação/IBGE

Em algumas situações, guias e intérpretes são utilizados. — Foto: Divulgação/IBGE

O questionário aplicado nas áreas indígenas passa por adaptações com relação ao voltado para a população residente em áreas urbanas e rurais. “Além de todas as perguntas que são feitas para todos os moradores do território nacional, no caso da gente estar em uma área indígena, a gente tem algumas perguntas que tem opções de respostas diferentes”, comenta a coordenadora.

“Por exemplo, para o IBGE só é um domicílio, que é a nossa unidade básica de pesquisa, se tiver quatro paredes e um teto. Nas áreas indígenas a gente considera um domicílio mesmo que não tenha paredes, considerando que culturalmente para aqueles grupos indígenas específicos o domicílio deles pode não ter paredes”, completa.

Ela também detalha que a pergunta sobre religião também é adaptada. “No lugar de perguntar igual para o resto do país, qual é a sua religião ou culto, a gente pergunta qual é a sua crença, ritual indígena ou religião”, diz.

Segundo o cronograma, até 31 de outubro todas as áreas indígenas do estado terão sido percorridas pelas equipes do IBGE, com o objetivo de atualizar o retrato dos povos indígenas em Mato Grosso do Sul.

Censo 2010

De acordo com o último Censo, realizado em 2010, o Brasil tinha cerca de 890 mil indígenas, com 305 etnias e 274 línguas.

O Censo 2010 apontou que a população indígena estava mais concentrada na área rural do país. A terra com maior integrantes era a Yanomami, no Amazonas e em Roraima, com 25,7 mil indígenas. A etnia Terena, disposta em Mato Grosso do Sul, estava entre as cinco mais populosas.

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