Disputa por poder em aldeia indígena deixa mortos e feridos em SC

Um homem morreu e 13 pessoas ficaram feridas na Aldeia Kondá, em Chapecó. Briga generalizada foi registrada em 16 de julho

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Um conflito na Aldeia Kondá, em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, resultou na morte de um homem e 13 pessoas feridas. A briga generalizada foi registrada no domingo (16).

Além morte e dos feridos, o conflito também teve casas e carros incendiados.

Confira abaixo o que se sabe e o que falta saber sobre o caso.

  1. Quando houve o conflito?
  2. O que aconteceu?
  3. Quem era o homem que morreu?
  4. O que diz a mãe do homem que morreu no conflito?
  5. Quantas pessoas ficaram feridas no conflito?
  6. Por que houve o conflito?
  7. O que diz o atual cacique?
  8. O que diz a oposição?
  9. Pessoas fugiram da aldeia?
  10. O conflito e a morte são investigados?
  11. O que diz o MPF?

Quando houve o conflito?

A Polícia Militar foi chamada por volta das 8h de domingo (16) em uma primeira ocorrência.

O que aconteceu?

Segundo a PM, no local ocorria uma festa e indígenas de um grupo opositor ao atual cacique teriam ido até o espaço e uma briga generalizada teria começado. Mais tarde, houve um novo confronto e novamente as autoridades foram chamadas.

Casas e veículos foram incendiados durante confronto na aldeia de Chapecó — Foto: SAER/Polícia Civil/Divulgação
Casas e veículos foram incendiados durante confronto na aldeia de Chapecó — Foto: SAER/Polícia Civil/Divulgação

Durante a briga generalizada, foram registradas diversas formas de agressão, entre socos, pontapés, pedradas e arma de fogo, informou o Corpo de Bombeiros Militar.

Casas e carros foram incendiados.

Quem era o homem que morreu?

A vítima fatal do conflito foi Aziel Floriano, de 21 anos.

O que diz a mãe do homem que morreu no conflito?

mãe do jovem morto no conflito se mostrou revoltada com a situação.

Andreia Matos, mãe de indígena morto em conflito em aldeia de Chapecó, SC — Foto: Reprodução/NSC TV
Andreia Matos, mãe de indígena morto em conflito em aldeia de Chapecó, SC — Foto: Reprodução/NSC TV

“Índio se matando? Eles não são índios. Por que eles tinham arma? Índio tem arma? Que eu saiba, os brancos que têm arma. Eu sei que meu filho não vai voltar. Eles vão ter tudo ali, eles vão ter os filhos deles perto deles, e eu não”, disse Andreia .

Quantas pessoas ficaram feridas no conflito?

Dois feridos foram levados ao hospital e 11 pessoas foram atendidas na aldeia com ferimentos na cabeça, rosto e pernas, informou o Corpo de Bombeiros.

Por que houve o conflito?

Segundo a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o conflito tem a ver com uma disputa de poder que dura mais de 30 dias. Coordenador regional do órgão, Adroaldo Antônio Fidelid disse que o caso envolve opositores do atual cacique.

Policiais passaram o dia na aldeia Condá para evitar novos conflitos — Foto: Gabriel Guimarães/ NSC TV
Policiais passaram o dia na aldeia Condá para evitar novos conflitos — Foto: Gabriel Guimarães/ NSC TV

Segundo a Funai, a aldeia vive um conflito interno. Desde 2018, são realizadas eleições diretas para a escolha do cacique.

O que diz o atual cacique?

Efésio Siqueira é o atual cacique. Ele afirmou que a oposição não reconhece o resultado das eleições do ano passado.

“O que está acontecendo mesmo é que eles querem tomar o poder, que tenho dois anos ainda para cumprir. Daqui a dois anos, vai ter uma eleição de novo. É isso que eu quero que cumpra. E que a Justiça olhe para esses lados. O mais breve possível que os autores desse crime sejam… que a justiça seja feita para essas pessoas”. declarou Efésio.

O que diz a oposição?

Edson Rodrigues é um dos líderes de oposição. Ele afirmou que, desde quinta-feira (13), o grupo de oposição vem sofrendo ameaças de expulsão da aldeia.

“No momento antes de acontecer, na quinta-feira à noite, pelas redes sociais e Whatsapp, já estava tendo essa discussão, esse conflito, intimidando o pessoal”, disse Edson.

Pessoas fugiram da aldeia?

Após o conflito, dezenas de crianças, adultos e idosos fugiram da aldeia e foram acolhidos no Ginásio Municipal Ivo Silveira, em Chapecó. No espaço, eles receberam colchões, roupas e cobertores, além de alimentação.

Ginásio de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, onde indígenas foram acolhidos após conflito em aldeia — Foto: Gabriel Guimarães/NSC TV
Ginásio de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, onde indígenas foram acolhidos após conflito em aldeia — Foto: Gabriel Guimarães/NSC TV

Até esta terça-feira (18), 300 indígenas estavam abrigados no ginásio.

O conflito e a morte são investigados?

Sim. A Polícia Federal abriu um inquérito. Questionada na terça-feira, a corporação afirmou que não vai se manifestar para não prejudicar as investigações.

O que diz o MPF?

O Ministério Público Federal (MPF) em Santa Catarina pediu que a Força Nacional de Segurança vá até a aldeia. A recomendação é para que policiais instalem uma base e evitem retaliações e o aumento do conflito.

Carros incendiados na aldeia Kondá, em Chapecó — Foto: Reprodução/NSC TV
Carros incendiados na aldeia Kondá, em Chapecó — Foto: Reprodução/NSC TV

O MPF deu o prazo de 48 horas, a partir do recebimento do documento, para que o secretário Carlos Renato Machado Paim comunique se pretende acatar a recomendação, que foi enviada no domingo.

Às 14h56 desta terça, o Ministério Público informou que não havia recebido uma resposta ainda. Afirmou também que deve se reunir às 17h desta terça com a Secretaria de Segurança do Estado para tratar da questão.

 

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