Indígenas viajam mais de 700 km e realizam sonho de conhecer a seleção brasileira em Cuiabá

Grupo da etnia Enawenê-nawê cruzou Mato Grosso de ônibus por 12 horas, foi recebido pela CBF e entrou em campo com jogadores na Arena Pantanal

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Jogadores e membros da comissão técnica da Seleção com indígenas — Foto: Bruno Cassucci

Em meio aos fãs que se aglomeravam na porta do hotel da Seleção em Cuiabá, um grupo de sete homens se destacava por seus brincos e pinturas corporais. Eram indígenas da etnia Enawenê-nawê, que cruzaram Mato Grosso em busca de um sonho: conhecer Neymar, Vini Jr e outros craques do Brasil.

Eles deixaram as aldeias Dolowikwa e Kotakwinakwa, na região noroeste do estado, e viajaram 12 horas de ônibus.

– Assim que vimos a notícia de que o Brasil jogaria aqui, começamos a nos planejar para irmos até Cuiabá – contou Wayali Iholalare Kaholase Saloma, de 20 anos, um dos integrantes do grupo mais fluente em português.

– A gente começou a gostar de futebol há pouco tempo, é recente termos contato com os não-indígenas, está mudando com os jovens. Aprendemos a gostar do esporte, até praticamos – completou Wayali.

Porém, os jovens, todos entre 20 e 25 anos, não tinham ingressos para o jogo, nem acesso ao hotel ou ao treinamento da Seleção.

Avisada pelo ge sobre a história dos indígenas, a CBF decidiu convidá-los para a Arena Pantanal e proporcionou muito mais do que eles poderiam imaginar. O grupo ganhou camisas do Brasil, ingressos para o jogo e acesso ao gramado da Arena. Além de assistirem de perto ao treino comandado por Fernando Diniz, os jovens puderam entrar em campo e ainda posaram para fotos com os jogadores.

Indígenas em frente ao hotel da seleção brasileira — Foto: Bruno Cassucci
Indígenas em frente ao hotel da seleção brasileira — Foto: Bruno Cassucci

Com os indígenas na torcida, o Brasil enfrenta a Venezuela nessa quinta-feira, às 21h30 (de Brasília), pela terceira rodada das Eliminatórias, na Arena Pantanal.

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