Em meio aos fãs que se aglomeravam na porta do hotel da Seleção em Cuiabá, um grupo de sete homens se destacava por seus brincos e pinturas corporais. Eram indígenas da etnia Enawenê-nawê, que cruzaram Mato Grosso em busca de um sonho: conhecer Neymar, Vini Jr e outros craques do Brasil.
Eles deixaram as aldeias Dolowikwa e Kotakwinakwa, na região noroeste do estado, e viajaram 12 horas de ônibus.
– Assim que vimos a notícia de que o Brasil jogaria aqui, começamos a nos planejar para irmos até Cuiabá – contou Wayali Iholalare Kaholase Saloma, de 20 anos, um dos integrantes do grupo mais fluente em português.
– A gente começou a gostar de futebol há pouco tempo, é recente termos contato com os não-indígenas, está mudando com os jovens. Aprendemos a gostar do esporte, até praticamos – completou Wayali.
Porém, os jovens, todos entre 20 e 25 anos, não tinham ingressos para o jogo, nem acesso ao hotel ou ao treinamento da Seleção.
Avisada pelo ge sobre a história dos indígenas, a CBF decidiu convidá-los para a Arena Pantanal e proporcionou muito mais do que eles poderiam imaginar. O grupo ganhou camisas do Brasil, ingressos para o jogo e acesso ao gramado da Arena. Além de assistirem de perto ao treino comandado por Fernando Diniz, os jovens puderam entrar em campo e ainda posaram para fotos com os jogadores.
Com os indígenas na torcida, o Brasil enfrenta a Venezuela nessa quinta-feira, às 21h30 (de Brasília), pela terceira rodada das Eliminatórias, na Arena Pantanal.