Por Gazeta do Povo com Agência EFE
Os 155 parlamentares que elaborarão a nova Constituição do Chile elegeram neste domingo a acadêmica Elisa Loncón, uma mulher indígena, para presidir o órgão que criará a nova lei fundamental, que substituirá a atual, herdada da ditadura de Augusto Pinochet. A eleição ocorreu durante a sessão inaugural da Convenção Constitucional, que deu início à elaboração da nova Constituição chilena neste domingo, 4 de julho.
Elisa Loncón, de 58 anos, uma acadêmica, linguista e ativista mapuche – etnia indígena majoritária no Chile – foi eleita em segundo turno 96 dos 155 votos, na sessão inaugural da convenção realizada no antigo Congresso Nacional da capital, evento que foi interrompido por quase uma hora devido ao protesto de um grupo de constituintes. “Quero agradecer a todo o povo chileno por ter votado em uma pessoa mapuche e mulher para mudar a história deste país”, comemorou Elisa após sua eleição, na língua mapudungun e depois em espanhol.
Embora o papel e as atribuições que a presidente terá ainda não estejam definidos, especialistas apontam a eleição de Elisa Loncón como um ato simbólico e histórico, uma homenagem ao feminismo e aos povos indígenas, e espera-se que ele atue como porta-voz e moderadora do debate.
Elisa Loncón ocupa uma das 17 cadeiras reservadas aos indígenas na convenção, sete das quais eram para o povo Mapuche, duas para os Aymara e um representante de cada um dos demais: Kawesqar, Rapanui, Yagan, Quechua, Atacameño, Diaguita, Colla e Chango.