Funai reúne cooperativas indígenas e representantes do BNDES para debater fomento à produção agrícola

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Foto: Divulgação/Funai

Com o objetivo de debater questões relacionadas ao financiamento da produção agrícola em Terras Indígenas, a Fundação Nacional do Índio (Funai) promoveu uma reunião entre representantes de cooperativas agrícolas indígenas e diretores do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em Brasília.

Participaram do encontro realizado no último dia 17 os presidentes de duas associações: a Cooperativa Agropecuária dos Povos Indígenas Haliti-Parecis, Nambikwara e Manoki (Coopihanama) e da Cooperativa Agropecuária do Povo Indígena Haliti Paresi (Coopiparesi), ambas do estado do Mato Grosso. Por parte do BNDES, estiveram presentes os diretores Fernando Bispo, Vitor Banes, Eduardo Pinho e Luiz Pazos. Pela Funai, o coordenador-geral de Promoção ao Etnodesenvolvimento, Denis Soares, conduziu a reunião.

Representaram as cooperativas indígenas as lideranças: Eliane Zoizocaeroce, Marta Tipuici, Genilson Kezomae, Kevelen Zokezomaiake, Arnaldo Zunizakae, Gilmar Koloizomae, Adilson Muzuiwane, Lúcio Avelino, Carlos Barros, Lucindo Nezokemaece, Rony Azoinace e Joelson Kinizokemaece. Pelo Governo do Estado do Mato Grosso, estiveram presentes o superintendente de Assuntos Indígenas, Agnaldo Santos, e o secretário da Casa Civil, Otair Rodrigues.

“A reunião foi extremamente proveitosa, sobretudo quando os indígenas enalteceram a primeira oportunidade que tiveram de levar uma apresentação de suas capacidades de gestão e de produção ao BNDES”, relatou Denis Soares. “Os representantes das cooperativas apresentaram seus projetos produtivos nas Terras Indígenas que são realizados de modo a equilibrar sustentabilidade, autonomia, protagonismo e geração de renda e emprego”, salientou o coordenador-geral da Funai.

De outra parte, Soares afirmou que os diretores do BNDES demostraram entusiasmo com os depoimentos das lideranças das cooperativas. “A equipe técnica do banco de desenvolvimento se dispôs a buscar alternativas que atendam o principal gargalo dos indígenas que é a construção de uma linha de crédito voltada ao fomento da produção e das possibilidades de empreendimento de suas entidades”, concluiu.

Incentivo

Na atual gestão da Funai, sob liderança do presidente Marcelo Xavier, foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) visando regularizar a produção agrícola, por meio de lavouras mecanizadas, nas Terras Indígenas Rio Formoso, Paresi, Utiariti, Tirecatinga e Irantxe, em Mato Grosso. Com o TAC, os indígenas puderam retomar a utilização da área designada para a produção agrícola mecanizada, a fim de viabilizar a sua comercialização. O documento foi assinado pela Funai, Ministério Público Federal, Ibama e cooperativas dos indígenas Haliti, Nambikwara e Manoki.

Projetos agrícolas

Localizadas em áreas próximas aos municípios de Campo Novo do Parecis e Sapezal (MT), as lavouras cultivadas pelos Haliti-Paresi, Nambikwara e Manoki ocupam quase 20 mil hectares de um total de 1,3 milhão de hectares – ou seja, apenas 1,7% da área indígena é usada na atividade agrícola. A produção de grãos movimenta cerca de R$ 140 milhões ao ano.

Quatro cooperativas indígenas atuam conjuntamente nas lavouras. Além da Coopihanama e da Coopiparesi, há também a Cooperativa dos Produtores Rurais da Cultura Mecanizada da Etnia Paresi (Coopermatsene) e a Cooperativa Agropecuária Indígena Rio Verde (Coopirio). Juntas, essas organizações movimentam a renda local a partir do cultivo de grãos em lavouras distribuídas em cinco Terras Indígenas: Paresi, Rio Formoso e Utiariti (etnia Paresi), Irantxe (etnia Manoki); e Tirecatinga (etnia Nambikwara). Aproximadamente 3 mil indígenas são diretamente beneficiados com o trabalho.

Aproximação

No mês de março deste ano, a Funai promoveu uma visita de instituições bancárias à produção dos indígenas Haliti-Paresi, Nambikwara e Manoki a fim de estabelecer parcerias que possibilitem o acesso ao crédito. Participaram representantes do BNDES e da Caixa Econômica Federal, com a presença do presidente da Funai, Marcelo Xavier.

Assessoria de Comunicação/Funai

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