Indígenas presos em área de ocupação após confronto são soltos em Rio Brilhante

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Os Três indígenas Guarani e Kaiowá presos após confronto entre a Polícia Militar e os povos originários, na sexta-feira (3), em Rio Brilhante (MS), foram soltos pela polícia neste sábado (4). Um vídeo postado nas redes sociais pela ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, mostra o retorno das lideranças para comunidade indígena Laranjeira Nhanderu após liberdade ser concedida pela justiça. 

“Liberdade! Momento em que lideranças detidas retornam ao seu povo! Após mobilização e denúncia de irregularidades nas prisões arbitrárias, foi expedida imediata soltura de Clara Barbosa, Adauto Barbosa e Lucimar Centurião. O MPI continuará acompanhando a situação do povo Guarani e Kaiowá no MS. E juntamente com a @funaioficial daremos agilidade ao processo demarcatório dessa Terra e para a demarcação de todos os territórios indígenas de direito”, afirmou a ministra na postagem.
A liberdade dos indígenas presos foi concedida neste sábado. — Foto: Reprodução

A liberdade dos indígenas presos foi concedida neste sábado. — Foto: Reprodução

O trio, dois homens e uma mulher foi autuado por desobediência, esbulho possessório e resistência durante ocupação de fazenda.

Indígenas levantaram acampamento no local.  — Foto: Reprodução

Indígenas levantaram acampamento no local. — Foto: Reprodução

Segundo a Polícia Militar (PM), os indígenas enfrentaram os militares com arco e flecha e facas. Os policiais utilizaram gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral para tentar despejar os indígenas, mesmo sem ordem judicial de reintegração de posse.

Depois, a PM informou que estava no local apenas para evitar conflitos. As três lideranças indígenas foram detidas sob acusação de esbulho possessório, resistência e desobediência.

Em nota divulgada neste sábado, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) afirmou que “ao tomar ciência da ação e da atitude, inconstitucional, da PM do MS”, imediatamente a ministra Sonia Guajajara notificou o governador Eduardo Riedel sobre o caso e aguarda sua resposta e providências.

“É inadmissível que uma ação como esta avance sob corpos e territórios indígenas com tamanha violência, como foi relatado. Os Guarani-Kaiowá estão ali lutando pelo direito que lhes é garantido por lei e sabem que podem contar com o apoio e resguardo tanto do MPI, quanto da Funai, que foi impedida de acompanhar a ação. Por isso, aguardo retorno urgente do governador Eduardo, certa de que ele não compactua com isso e não será conivente com desastroso desenrolar desta ação”, declarou Sonia Guajajara.

O governo de Mato Grosso do Sul também divulgou nota neste sábado, destacando que acompanha com atenção e preocupação as questões e demandas prioritárias e específicas das comunidades indígenas.

“Sobre o episódio citado, a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) recebeu informação de que a área em questão era alvo da disputa de um grupo de acampados de movimentos sem-terra, que pressionam para criação de um assentamento no local, e de comunidades indígenas próximas que também disputam a terra. Com risco iminente de conflito entre os envolvidos, a Polícia Militar agiu para garantir a ordem e salvaguardar vidas. Durante a ação, três pessoas foram conduzidas até a DP da cidade, mas já foram liberadas. O governo estadual reitera disposição no cumprimento da lei, e espera celeridade na resolução das questões que cabem à União, especialmente porque a área em disputa já dispõe de laudos antropológicos”, informou a nota do Executivo sul-mato-grossense.

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