Nome da lanchonete da vítima homenageia cidade natal que é de origem indígena

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O nome da lanchonete, da vítima de assalto seguida de morte ontem (15) em Sidrolândia, homenageia sua cidade de origem, Ajuricaba que é uma cidade do estado do Rio Grande do Sul e que tem origem indígena. 

Ajuricaba era um líder da nação indígena dos Manaos no início do século XVIII. Os manaós tinham se aliado com os neerlandeses da Guiana. Ajuricaba, em um ato considerado como um ostensivo desafio à soberania portuguesa na região, até carregava hasteada em sua canoa uma bandeira holandesa.

Bem armados, os manaós enfrentavam os portugueses, atacando as missões do Rio Negro, resistindo e impedindo a ação das “tropas de resgate” (tropas portuguesas em busca de escravos indígenas) dentro de sua área de influência. Os portugueses temiam outros povos indígenas da região seguindo o exemplo dos Manaós, assim abrindo o caminho para uma invasão neerlandesa no vale do Rio Negro. Após negociações de paz, que não duraram, os portugueses começaram uma “guerra justa” contra os Manaós em 1727. Ajuricaba foi preso e enviado a Belém. Durante a viagem, preso em ferros como estava, Ajuricaba atirou-se à água, preferindo suicidar-se do que ser executado pelo Brasil colônia.

O suicídio de Ajuricaba foi considerado heróico tanto por seu próprio povo quanto pelos portugueses.

No dia 26 de Setembro de 1727, Lisboa era comunicada da morte do guerreiro Ajuricaba. Ele era considerado príncipe, líder da tribo dos Manaós, no Amazonas. Tornou-se símbolo da insubmissão dos índios à opressão colonial, e lutou incansavelmente contra a ocupação portuguesa.

A tribo dos Manaós tinha um acordo com os portugueses, mas um desentendimento entre os líderes da tribo e o colonizador provocou a morte do cacique.

O acordo garantia que índios de outras tribos fossem comercializados como escravos e Ajuricaba, que era filho do cacique morto, não concordava com este comércio. 

Ajuricaba, que morava longe da tribo, jurou vingar a morte do pai. Esse índio valente era disputado pelas filhas dos Maiapenas, Tucanos e Barés, mas ele escolheu uma bela cunhatã dos poderosos Titiás.

Seguindo o propósito de vingar a morte do pai, entrou em contato com os holandeses do Suriname, que eram inimigos de Portugal. Em 1723, foi iniciada uma luta de emboscada contra o invasor português, chamando então a atenção do governador do Pará, que pediu ao rei de Portugal apoio para combater a guerrilha.

O rei enviou armas e tropas para a luta contra os guerreiros de Ajuricaba. Mas os portugueses precisaram de reforço. Os colonizadores utilizaram um navio com canhões que dizimava os nativos, mas estes resistiam com suas flechas, zarabatanas e o orgulho de defender a região do julgo português.

Em 1729, o cronista Ribeiro Sampaio relatou que de 300 a 2 mil índios foram presos, inclusive o destemido Ajuricaba, que perdeu seu filho em uma das lutas sangrentas. Preso, ele seria conduzido a Belém para julgamento. Mas, mesmo acorrentado, lançou-se nas águas do Amazonas, para resistir à prisão, liderando outros guerreiros, que conseguiram escapar.

Diz uma antiga lenda indígena que as águas do rio Negro e do Solimões não se misturam até os dias atuais, para marcar onde o cacique Ajuricaba lançou-se para a morte, marcando no encontro dos rios a força da revolta do índio em libertar o seu povo.

Manaós significa Mãe de Deus e deu origem a atual capital do Amazonas, Manaus.

Fonte: Agencia Nacional

 

Redação/Rádio Terena

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