Em dia mundial, UNESCO defende políticas para valorizar línguas indígenas

No Dia Internacional da Língua Materna, observado pelas Nações Unidas neste 21 de fevereiro, a UNESCO recomenda o uso de idiomas indígenas desde os primeiros anos da educação formal, bem como sua utilização nos espaços públicos e na internet. No Brasil, 190 línguas correm risco de sumirem. Idiomas como o Amanayé, Huitoto, Máku e Umutina estão entre os 12 já extintos no país.

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Em mensagem para o Dia Internacional da Língua Materna, observado pelas Nações Unidas neste 21 de fevereiro, a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, defendeu políticas que valorizem a riqueza linguística, incluindo por meio da preservação e promoção de línguas indígenas. A agência da ONU recomendou o uso desses idiomas desde os primeiros anos da educação formal, bem como sua utilização nos espaços públicos e na internet.

“Uma língua é muito mais do que um meio de comunicação, é a própria condição da nossa humanidade. Nossos valores, nossas crenças e a nossa identidade estão incorporadas nela. É por meio da língua que nós transmitimos nossas experiências, nossas tradições e o nosso conhecimento. A diversidade das línguas reflete a riqueza incontestável da nossa imaginação e dos nossos modos de vida”, afirmou a chefe do organismo internacional.

Audrey descreveu a variedade linguística como um “componente essencial do patrimônio imaterial da humanidade”, mas alertou: essa herança está em perigo. “A cada duas semanas, desaparece uma das línguas que existem no mundo e, com ela, se vai parte da nossa história humana”, lamentou a dirigente.

No Brasil, 190 línguas correm risco de sumirem. Idiomas como o Amanayé, Huitoto, Máku e Umutina estão entre os 12 já extintos no país.

A diretora da UNESCO lembrou que a instituição defende uma educação multilíngue para proteger línguas maternas nem sempre reconhecidas ou devidamente incorporadas a políticas de Estado e programas educacionais. A agência da ONU “apoia as políticas linguísticas, em especial em países multilíngues, as quais promovem línguas maternas e indígenas”, explicou Audrey.

“A Organização recomenda o uso dessas línguas desde os primeiros anos da educação escolar, porque as crianças aprendem melhor em sua língua materna. A UNESCO também encoraja o seu uso em espaços públicos e especialmente na internet, onde o multilinguismo deve ser a regra”, completou.

A chefe da agência da ONU concluiu seu pronunciamento com uma citação de Nelson Mandela: “Se você fala com um homem em uma língua que ele compreende, a mensagem vai para sua cabeça. Se você fala com ele em sua própria língua, a mensagem vai para seu coração”.

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