Programa Curta MS exibe documentários sobre identidade indígena em MS

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O programa Curta MS – Uma janela para o audiovisual de MS exibe nesta terça-feira (27 de fevereiro), às 22 horas, no canal da TV Educativa, os documentários “Reexistência -Eu posso ser você sem deixar de ser quem sou!”, com direção de Amanda Dim e Nadja Mitidiero, e “Hino – Glória e Tradição de uma gente audaz”, dirigido por Guilherme Cavalcante, Lizandra Moraes e Marcia Furtado.

Reexistência – Eu posso ser você sem deixar de ser quem sou! – Pela primeira vez representantes de várias etnias indígenas do Estado do Mato Grosso do Sul fazem um balanço sobre os 40 anos da divisão do estado. O índio da aldeia é o mesmo da cidade? 

A direção é de Amanda Dim e Nadja Mitidiero; som, produção, direção de arte, montagem e direção de  fotografia: Carlos Diehl, Reinaldo Lopes , Sidney Terena, Neilcieni Maciel, Nadja Mitidiero e Amanda Dim; finalização e trilha: Carlos Diehl.

Hino – Glória e Tradição de uma gente audaz – Logo após a criação de Mato Grosso do Sul, em 11 de outubro de 1977, um concurso foi lançado para escolher o hino oficial do recém criado Estado. Porém, a história conta que nenhum texto agradou o suficiente a comissão julgadora, assim às vésperas do dia 1º de Janeiro de 1977, no recesso de natal, um grupo de pessoas foi chamado às pressas para compor a letra do hino, sobre uma partitura do maestro gaúcho Radamés Gnattali, que seria tocada na cerimônia do dia 1º de Janeiro de 1979, no Teatro Glauce Rocha. Quase 40 anos após, vozes das ruas e personalidades que viveram ou estudaram a época apresentam opiniões e até outras versões sobre a criação do hino e trazem uma reflexão: afinal de contas, há “Glória e Tradição” quando se fala no Hino Oficial de Mato Grosso do Sul?

A direção e roteiro são de Guilherme Cavalcante, Lizandra Moraes e Marcia Furtado; produção e pesquisa : Silvana Rocha Silva, Fabiana Christine Ferreira Rocha, Deborah Rossi Otto, Marcia Furtado, Lizandra Moraes e Guilherme Cavalcante; edição: Marinete Pinheiro; finalização: Carlos Diehl.

Os curtas foram produzidos ao longo do curso “MS 40 anos em Histórias Cinematogáficas”, em 2017, uma parceria da TV Educativa e da Fundação de Cultura. A coordenação dos trabalhos e aulas teóricas ficaram a cargo de Carlos Diehl, diretor e editor da TVE e da jornalista e coordenadora do MIS, Marinete Pinheiro.

Lizandra Dias Moraes, diretora e roteirista do curta sobre o “Hino”, é empresária e trabalha com desenvolvimento de pessoas. É gaúcha e há dez anos está em Mato Grosso do Sul. O Curso de Documentário para ela foi uma forma de despertar a artista que existe dentro dela. “A artista está latente aqui. Trabalhei com teatro, pintura, e veio uma vontade de guardar esse olhar de uma região que vinha se desenvolvendo. O cinema não é uma coisa individual, é a arte do coletivo, Então, enquanto busquei individualmente com minha câmera, não consegui êxito. No curso a gente teve união, teve amizade. Todo mundo trabalhou junto, tinha unidade e apoio. Mas estamos pensando em novos projetos e como fazer pra continuar. Todo mundo tem muita ideia, teve essa riqueza de experiência que todo mundo contribuiu”.

O grupo que produziu o vídeo “Reexistência – eu posso ser você sem deixar ser quem eu sou!” é só alegria e orgulho pelo trabalho. “Foi um privilégio muito grande trabalhar com profissionais, que nos  trataram com respeito e nos deram a liberdade de opinar para que o documentário tivesse a cara do grupo. São pessoas que também amam o cinema, me senti muito honrado com essa oportunidade”, diz Reinaldo Lopes.

Para Neilcieni Maciel, o objetivo é mostrar que os povos indígenas estão aqui, estão buscando seu espaço. “Eles falam por eles no documentário. Eles estão nos centros urbanos mas a gente negligencia e acha que deixam de ser indígenas por não estarem na aldeia. É uma reflexão que deixamos com este documentário”. Nadja Mitidiero diz que o grupo pretende continuar o trabalho e instigar outras pessoas a abordar o tema. “Surgiram várias ideias aqui e acredito que podem instigar outras pessoas a se interessar pelo assunto”.

A professora e historiadora Alisolete Weingartner foi fonte de informação no vídeo sobre o hino do Estado. Ela disse que o trabalho teve a preocupação com o registro histórico. “O do hino foi legal porque quando ele me ligou pra conversar eu disse que na época nós vivíamos uma ditadura terrível e tinha ainda a censura. Buscar heróis para o hino foi um subterfúgio para evitar aquela censura terrível, foi uma maneira de burlar aquela censura. Foram buscar um maestro com características muito mais clássicas, que não pudesse ter conotação com a rebelião”, diz.

O programa Curta MS – uma janela para o Audiovisual do Estado é fruto de uma parceria entre a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul – por meio do Museu da Imagem e do Som e da Gerência de Difusão Cultural com a TV Educativa. Também conta com o apoio da Associação de Cinema e Vídeo do Estado. O objetivo é tornar acessível a produção independente de diretores e produtores locais.

 
Redação/Rádio Terena
 

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