Por volta das 11h, os manifestantes recebeu telefonema de Brasília e cópia de documento encaminhado por celular onde mostrava que a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) havia cancelado edital que tinha dado como vencedora a empresa Santa Casa de Misericórdia de Sabará (MG) como a responsável pela contratação de mão de obra de funcionários da saúde para atuar em Mato Grosso do Sul.
O indígena Leoson Mariano Silva, do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi), disse que o próximo passo é reunir lideranças para pedir que participem da formulação do novo edital. “Queremos ter voz e desejamos que a empresa vencedora tenha experiência com a saúde indígena”, argumentou.
O médico Zelik Trajber, que há 18 anos atua na comunidade indígena em Dourados, disse que a empresa mineira nunca atuou com causas indígenas. “O governo federal quer mexer onde não deve. O maior problema na questão indígena refere-se à gestão e não de contratação de trabalhadores”.
A Ong Missão Evangélica Caiuá, sediada em Dourados, é a responsável pela contratação de trabalhadores para atuar na rede de saúde indígena em todo o Estado. São cerca de 700 trabalhadores entre agentes de saúde, técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos. A missão também atua nesse tipo de contratação em outros estados do país.
Segundo Zelik Trajber, a contratação de trabalhadores não interfere no andamento e desenvolvimento do trabalho nas aldeias indígenas, mas sim a gestão, como por exemplo sobre a aquisição e distribuição de medicamentos e de materiais para as unidades de saúde, bem como a manutenção de veículos como ambulâncias e manutenção em geral dos postos de saúde, todos de responsabilidade da Sesai, órgão vinculado ao governo federal.
Redação/Rádio Terena