Indígenas de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti lideram protesto na Funai em Campo Grande

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(Foto: Liniker Ribeiro)

O prédio da Coordenação Regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Campo Grande, foi ocupado por ao menos 40 indígenas, na manhã desta segunda-feira (2), que reivindicavam o afastamento do atual coordenador do órgão e ex-assessor do deputado federal Carlos Marun (MDB), Paulo Rios Júnior. 

 Otoniel Gabriel, indígena terena da Aldeia Córrego do Meio, disse que o coordenador é “uma pessoa sem conhecimento da nossa causa, de difícil diálogo. Nosso objetivo é fazer com que nos escutem”.

O protesto se deu por volta das 7h30 e é encabeçado por famílias indígenas da região de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti. Na ocupação, o atual coordenador regional, Paulo Rios, afirma que foi agredido ao chegar no prédio. Por outro lado, os indígenas negam as agressões e afirmam que o coordenador se jogou na rua.

Otoniel Gabriel, liderança da região da Terra Indígena Buriti e porta-voz dos manifestantes, diz que a invasão surtiu efeito, pois conseguiram contato com representantes nacionais da Funai. “Nos prometeram levar a reivindicação para o Ministério da Justiça. Mas, se não for atendida podemos a qualquer momento bloquear a BR-163”, ameaça.

Sobre as acusações de agressões ao atual coordenador do órgão, Otoniel explica que o movimento ainda não foi procurado pela Polícia Federal. “Temos vídeos para mostrar que não agredimos ele. Porém, como nos orientaram só vamos mostrá-los em caso de extrema necessidade”, detalha.

A quadra da sede da Funai, localizada na rua Sete de Setembro entre Franklin Roosevelt e Castro Alves no Centro continua interditada. O movimento é acompanhado pela Polícia Militar.

Polêmica – Ex-assessor do ministro da Secretaria da Presidência, Carlos Marun (MDB), Paulo Rios Júnior assumiu o comando da Funai no dia 28 de setembro do ano passado. Na época, a escolha já havia gerado protestos de servidores da Funai e lideranças indígenas.

O comando da Funai em Mato Grosso do Sul estava vago desde 12 de dezembro de 2016, quando o coronel reformado do Exército Brasileiro, Renato Vida Sant’Anna, também sugestão de Marun, pediu exoneração do cargo.

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