Indígenas que ingressam no ensino superior cresce mais de 500% em seis anos

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Ter na sala de aula um colega de origem indígena ainda é raro, mas as chances de isso acontecer aumentam ano após ano. Entre 2010 e 2016 (último dado disponível), a presença de alunos autodeclarados indígenas no ensino superior acumula alta de 512%. No período avaliado, o número de estudantes saltou de pouco mais de sete mil alunos para 44 mil. É o que mostra levantamento feito pelo Quero Bolsa, com base nos dados do Censo Nacional da Educação, realizado anualmente pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão ligado ao Ministério da Educação.

A análise é oportuna, tendo em vista que se comemora nesta quinta-feira (19/04), o Dia do Índio. Entre as carreiras, Direito, curso com maior número de alunos do Brasil, é também a preferência entre os estudantes de origem indígena. São mais de 4.400 matriculados entre os 860 mil graduandos do país. Pedagogia, terceiro em número de estudantes é o segundo com mais índios matriculados, seguido por Administração, que no ranking geral é o segundo na preferência estudantil. As três graduações concentram praticamente um em cada quatro indígenas no ensino superior. Os cursos de Enfermagem e Engenharia Civil completam os cinco primeiros lugares na escolha dos índios.

Já quando é avaliada a proporção de indígenas por curso, o ranking muda completamente. Entre as carreiras que reúnem mais de 1.000 alunos matriculados, Antropologia é disparado o curso com maior percentual de indígenas, 8,55% no total. Em segundo lugar aparece Gestão da Qualidade, acima de 2%. Outros 10 cursos ficam na faixa entre 1% e 2%, enquanto os demais registram índices abaixo de 1%.

“O crescimento expressivo de indígenas nas faculdades e universidades brasileiras é resultado do estímulo ao ingresso por meio de programas de cotas e da abertura de cursos voltados para a realidade desses povos. Desde 2014, a alta tem se mantido na casa de 50% ao ano”, explica Pedro Balerine, diretor de inteligência de mercado do Quero Bolsa. O executivo explica ainda que é muito comum que essa população frequente cursos que dê a possibilidade de capacitação, visando atender as demandas de suas comunidades. “Ao notar as graduações com maior percentual de índios, percebemos que entre as 15 primeiras, oito são relacionadas a área da saúde, setor geralmente com maior carência nos povos indígenas”, conclui.

A metodologia de análise dos dados levou em consideração apenas as graduações com mais de 1.000 matriculados, excluindo assim cursos que envolvem a temática indígena. São os casos dos cursos de Educação Intercultural, Licenciatura Indígena e Gestão Territorial Indígena, que possuem entre 85% e 100% de índios matriculados.

Sobre o Quero Bolsa

O Quero Bolsa (www.querobolsa.com.br) é um site que auxilia estudantes a escolher e ingressar no Ensino Superior com bolsas de estudos de até 75% em cursos de graduação, pós-graduação, além de profissionalizantes e técnicos, em mais de 1.400 instituições de ensino parceiras no País. A plataforma também reúne informações de faculdades, cursos e comparativo de preços, até dicas de estudo e carreiras. Além do site, o serviço conta com aplicativo móvel disponível nos sistemas Android e iOS. Em 2017, o Quero Bolsa recebeu o título de “Equipe Campeã de Atendimento” no prêmio Época Reclame Aqui.

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