Avaliação psicossocial definirá guarda de bebê indígena enterrada viva, a pedido de MPE

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Foto: Reprodução

O promotor Matheus Pavão de Oliveira, da Promotoria de Justiça de Canarana solicitou a realização de estudos psicossociais com a mãe e o pai da bebê Analu Paluni Kamayura Trumai, que foi enterrada viva pela bisavó no último dia 5 de maio, para definir de quem será a guarda da criança.

Os dois já foram autorizados a fazer visitas à menina, mas a guarda ainda não foi definida. Também foi solicitada a realização de exame de DNA para comprovar a paternidade.
 
De acordo com o promotor, além do pai e da mãe, uma tia materna também demonstrou interesse na guarda da menina, além de terceiros que disseram querer a guarda. O Ministério Público Estadual (MPE) solicitou a realização de estudos psicossociais com os pais para definir com quem ficará a guarda.
 
A adolescente de 15 anos, mãe de Analu disse que teria se relacionado com um indígena que já era casado com outra mulher indígena. À polícia o pai da bebê disse que não tinha conhecimento da gravidez, mas afirmou que tem interesse na guarda da menina. O MP também solicitou a realização de exame de DNA para confirmar a paternidade.
 
A mãe também disse querer a criança, no entanto, em uma audiência no último mês de julho, ela teria manifestado a intenção de continuar morando com sua mãe, Tapoalu Kamayura. A avó de Analu, porém, é proibida de se aproximar da criança. Ela e sua mãe, Kutsamin Kamayura (bisavó da bebê), haviam sido presas depois de enterrarem Analu viva no quintal.
 
O pai e a mãe de Analu já receberam autorização para fazer visitas à filha. O MPE emitiu um parecer favorável à decisão do juiz Darwin de Souza Pontes, da 1ª Vara Criminal e Cível de Canarana, sobre o pedido deles em fazer visitas à menina. O caso envolvendo a avó e a bisavó de Analu segue em segredo de Justiça.
 
Entenda o caso
 

No dia 5 de maio a Polícia Civil foi informada de um feto/recém nascido que teria sido enterrado em uma residência, e deslocou para o endereço (rua Paraná) em conjunto com a Polícia Militar.
 
Ao iniciar escavação em busca do corpo, os policiais ouviram o choro do bebê e constaram que a criança estava viva. A bebêfoi socorrida e encaminhada para socorro médico imediato.
 
A bisavó da bebê, , Kutsamin Kamayura, 57, foi presa na manhã de quarta-feira (06) e na ocasião, alegou que a criança não chorou após o nascimento, por isso acreditou que estivesse morta e, segundo costume de sua comunidade, enterrou o corpo no quintal, sem acionar os órgãos oficiais.
 
Em continuidade às investigações, a Polícia Civil com oitivas de testemunhas envolvidas no caso, apurou a conduta e participação da avó da vítima, a indígena Tapoalu Kamayura, 33.
 
Ela tinha conhecimento da gravidez da filha de 15 anos, em razão da adolescente ser solteira e o pai da criança já ter casado com outra indígena. Durante todo período gestacional também ministrou chás abortivos para interromper a gravidez, segundo os depoimentos colhidos. Ela foi presa após uma ordem judicial.

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