Professores indígenas de Dourados lançam livros de literatura nas línguas Guarani e Terena

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Foto: Divulgação

Foi realizado na tarde da última terça-feira (12) o lançamento dos livros “Guaiguingue” e “Turí ne Terenoehiko”, escritos pelos professores indígenas respectivamente nas línguas Guarani e Terena, com tradução para a Língua Portuguesa. Há uma grande preocupação dos 170 professores, participantes da Ação Saberes Indígenas na Escola (ASIE/MEC), com a revitalização das línguas indígenas como elemento cultural fundamental no fortalecimento da identidade dos povos indígenas.

Os livros são de literatura, escritos pelos professores a partir das histórias contadas por lideranças que são guardiões da memória coletiva, e serão usados como material didático em sala de aula. São resultado de um trabalho coletivo e árduo de pesquisa, sistematização e construção que durou aproximadamente quatro anos.

Além da valorização da língua, as autoridades presentes no lançamento destacaram principalmente a importância dos próprios professores indígenas serem autores dos livros que serão utilizados com os alunos, o fato de agora possuírem o registro escrito das histórias que antes eram contadas apenas oralmente, a concretização em material didático da atuação do programa Ação Saberes Indígenas na Escola e o desafio de conseguir recursos financeiros para a impressão das outras histórias que estão em fase final de diagramação.

O lançamento fez parte da programação da Mostra Saberes Indígenas na Escola, evento realizado nos dias 11 e 12, na Escola Municipal Indígena Tengatuí Marangatu, pela Secretaria Municipal de Educação. A UFGD é uma das realizadoras das publicações por meio da Faculdade Intercultural Indígena (FAIND) e da participação na ASIE/MEC, que faz formação continuada de professores indígenas.

O álbum de fotos pode ser acessado na página oficial da UFGD no facebook: www.facebook.com/ufgdoficial

LIVROS

A história de “Guaiguingue” foi contada para os professores Guarani e Kaiowá pela mestra tradicional Guarani, Nhandesy Tereza Espíndola, moradora da Aldeia Bororó, em Dourados. Trata-se de um mito que ensina a não ter preconceito contra o diferente. O mito narra a história de como foi criado o pássaro chamado Guaiguingue, conhecido como Urutau.

Já “Turí ne Terenoehiko” relata a história da origem do povo Terena. O mito da criação foi contado pelo ancião Guilherme Felipe Valério, morador na terra indígena de Dourados, e a história escrita pelos professores indígenas é uma forma de possibilitar às crianças o conhecimento desta versão do mito da criação do povo Terena.

As obras serão distribuídas nas escolas indígenas do município para o início do ano letivo e estão disponibilizadas para acesso gratuito na internet no catálogo da Editora UFGD. Acesse aqui

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