A Justiça determinou que o acusado de matar o professor indígena Marcondes Namblá, de 38 anos, em Penha, no Litoral catarinense, vá a júri popular no dia 25 de junho. Gilmar César de Lima foi preso 13 dias após o crime, em 2018, e segue detido no Presídio de Blumenau.
A decisão judicial é de 25 de fevereiro. A sessão está marcada para as 9h, em Balneário Piçarras. Lima confessou o assassinato e será julgado por homicídio qualificado, por motivo fútil e sem chance de defesa da vítima.
A primeira audiência do processo ocorreu em abril de 2018. Em maio do mesmo ano, a Justiça determinou que o homem passasse por exame de saúde mental e o processo chegou a ser suspenso. No entanto, os peritos concluíram que ele era mentalmente são e os procedimentos foram retomados.
O advogado do réu, Jeremias Felsky, informou que apenas aguarda o julgamento e que estudará a parte defensiva nos dias que antecedem o júri.
O crime
Marcondes foi espancado durante a madrugada de Ano Novo, enquanto caminhava pela avenida Eugênio Krause, em Penha. Uma câmera de segurança registrou o momento em que ele é atacado. Depois de levar o primeiro golpe na cabeça, o indígena caiu e continuou sendo agredido.
Conforme a denúncia, Lima deu aproximadamente 20 pauladas na vítima, que foi encontrada horas depois e chegou a ser internada, mas morreu no dia 2 de janeiro.
A vítima
Marcondes Namblá era do povo Laklãnõ-Xokleng, da Terra Indígena Laklãnõ, da aldeia que fica em José Boiteux, no Vale do Itajaí. Era casado e tinha cinco filhos. O educador era formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e exercia o cargo de juiz na TI.
A vítima falava a língua Laklãnõ e dava aulas numa escola indígena de José Boiteux. Na UFSC, ele fez parte da primeira turma do curso de Licenciatura Intercultural Indígena e se formou em abril de 2015.