Acusado de espancar e matar professor indígena vai a júri popular nesta terça-feira

Assassinato aconteceu em janeiro de 2018 em Penha

0
407
Reprodução: Facebook

O homem acusado de matar o professor indígena Marcondes Nambla, em janeiro de 2018, na cidade de Penha, sobe ao banco dos réus nesta terça-feira (25). O júri popular acontece no Fórum de Balneário Piçarras, a partir das 9 horas. Marcondes foi agredido com um pedaço de madeira e morreu dois dias depois no hospital.

Gilmar César de Lima teve o mandado de prisão decretado por homicídio e chegou a ficar foragido. Dez dias depois do assassinato, ele foi encontrado em uma casa na cidade de Gaspar. A denúncia, oferecida em janeiro do ano passado pelo Ministério Público (MP), imputou ao réu a prática do crime de homicídio qualificado, por motivo fútil, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.

O professor morreu em decorrência ao ferimento profundo na cabeça, causado pelo espancamento, conforme a denúncia. À época do crime, imagens de câmeras de segurança flagraram o momento das agressões. O vídeo mostra um homem, junto a um cachorro, agredindo Marcondes a pauladas.

Em abril de 2018 aconteceu a primeira audiência para ouvir testemunhas. Um laudo de avaliação de saúde mental chegou a ser solicitado pela defesa de Gilmar, o resultado comprovou a sanidade do réu.

O acusado chegou a enviar uma carta à família de Marcondes em que confessa ter desferido os golpes contra o professor, mas sem a intenção de matá-lo. No texto, ele ainda pede desculpas aos familiares da vítima. De acordo com Jeremias Felsky, advogado de Gilmar, a tese de defesa será apresentada durante o júri popular.

Relembre o caso

Em 1º de janeiro de 2018, o professor foi encontrado, em uma rua do Centro de Penha, desacordado, com um ferimento profundo na cabeça e sangramento nos ouvidos. Marcondes morreu dois dias depois, no hospital. O vídeo de uma câmera de monitoramento filmou a agressão.

Nas imagens é possível ver um homem, na companhia de cachorro, que anda de um lado paro outro. Marcondes aparece e dos dois conversam rapidamente. Quando o professor vira de costas, o suspeito dá uma paulada na cabeça do professor. Ele cai no chão e continua sendo espancado com o pedaço de madeira até o acusado fugir do local.

Imagens do espancamento foram captadas por câmeras de segurança
Imagens do espancamento foram captadas por câmeras de segurança
(Foto: Reprodução)

Marcondes era professor na escola indígena José Boiteux laklano. Era orientador e lutava para fortalecer a língua Xokleng. De acordo com colegas, ele atuava como juiz na aldeia. Fazia trabalho voluntário e era formado no curso Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Envie seu Comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here