Indígena é impedida de retirar filho de abrigo após sair da delegacia

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Uma indígena guarani-kaiowá, presa na rodoviária da Capital por tráfico de drogas na semana passada, afirma não conseguir retirar seu bebê de 8 meses do abrigo.

Após audiência de custódia realizada na segunda-feira (16) o juiz substituiu a prisão preventiva pela domiciliar, por se tratar de uma mulher com filhos menores de 12 anos incompletos. Ao sair da delegacia, a indígena procurou o abrigo para buscar a filha e foi informada de que não poderia amamentar e nem levar a criança de volta.

“Estou preocupada. Não amamento minha filha desde sexta-feira, tenho outros filhos e eles estão sozinhos lá em Dourados. Quando encontrei meu bebê no abrigo me disseram que eu não poderia pegá-lo no colo porque ele iria sentir o meu cheiro. Me disseram para voltar a Dourados e cuidar dos meus outros filhos”, lamenta.

A Funai (Fundação Nacional do Índio) foi acionada no início da tarde de segunda-feira. Conforme um servidor que prefere não se identificar, a fundação enfrentou resistência ao tentar visitar o bebê no abrigo.

“A conselheira disse que a mãe não poderia visitá-lo porque a equipe técnica dela só trabalha no período da manhã, ou seja, houve uma negativa para a visita dessa mãe, mesmo não havendo nenhuma ordem judicial que a proíba. Eu expliquei várias vezes que o seio dela estava empedrado, vazando e que precisava amamentar a criança, mesmo assim, não conseguimos sensibilizar ninguém.”

Ainda conforme o servidor da Funai, o abrigo está violando direitos humanos. “Essa mãe está sendo impedida de pegar a criança no colo e amamentar. Isso é uma violação gravíssima de direitos humanos, pois não existe nenhuma legislação que impeça isso, nem ordem judicial ou processo”, relata.

A reportagem do Jornal Midiamax procurou o serviço de alta complexidade da SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) e aguarda posicionamento.

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