A Prefeitura de Dourados, por intermédio das secretarias municipais de Agricultura Familiar (Semaf) e de Educação, vai inaugurar na manhã da próxima sexta-feira o Banco de Sementes Crioulas da Reserva Indígena.
O evento acontecerá na Escola Tengatui Marangatu, onde foi instalada câmara fria com capacidade para o armazenamento de até dez toneladas de sementes. Além da câmara, o Banco de Sementes conta com uma área de um hectare que será usada para a produção as sementes.
O projeto coordenado pelo professor Cajetano Vera conta com o apoio da Universidade Federal da Grande dourados (UFGD) e vai garantir a perpetuação das espécies vegetais ancentrais dos povos guarani-kaoiwa.
Cajetano afirmou que as comunidades indígenas têm muitas dificuldades de acesso a sementes de qualidade estando que exclusivamente dependente da Funai. “Além da perda das sementes crioulas locais, o modelo de desenvolvimento atual promoveu profundas modificações nas populações indígenas guarani-kaiowá, estas foram fragmentadas e confinadas a espaços extremamente exíguos”, explicou.
O professor disse que o resgate das sementes crioulas pode ser uma excelente estratégia, uma vez que representam parte de um patrimônio genético e cultural dos Guarani–Kaiowá.
A proposta do desenvolvimento dos bancos de sementes comunitários, segundo Cajetano, busca promover o empoderamento das famílias e comunidade indígena pelo resgate de espécies importantes de sementes que, além de gerar autonomia aos agricultores e agricultoras, promovem a retomada do equilíbrio ambiental e o resgate da biodiversidade, o que é de grande valor para o fortalecimento da agricultura agroecológica.