Acadêmico indígena defende TCC em língua materna

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Foto: Divulgação

O acadêmico Tiago Cavalheiro Martins viu sua solicitação para defender seu TCC na sua língua materna ser concretizada. Na última quarta-feira (13), apresentou sua pesquisa “A cultura Kaiowá e a autoetnografia: valorização da identidade indígena por meio de instrumentos usados em rituais”, na língua Guarani, perante à plateia composta por estudantes indígenas e à banca, que também teve a presença do professor kaiowá Izaque João, que também o arguiu na língua Guarani, destacando “ a importância da pesquisa ao estudar o Mymby e o Mbaraka que são dois instrumentos usados nos rituais dos Kaiowá, a partir das aprendizagens e memórias construídas junto ao sr. Carlito Paulo, rezador da aldeia Te´y Kuê, do município de Caarapó”.

Esta foi mais uma oportunidade da vivência de situações nas quais os saberes trazidos pelos estudantes indígenas ocupem espaço igualitário na universidade que, neste caso, contemplou tanto a temática quanto a valorização da língua falado por mais de 30 mil pessoas pertencentes aos povos Guarani e Kaiowá no estado de Mato Grosso do Sul.

As defesas de TCC em língua indígena, como neste caso e em outras unidades universitárias da UEMS que contam com a presença indígena, tem oportunizado que outras construções linguísticas que possuem riqueza cultural, social, espiritual e cosmológica aproximem os conhecimentos científicos dos conhecimentos que trazem de seus povos originários e dos quais não esquecem ao adentrar o ambiente universitário. Estes e estas estudantes são provenientes do MS e de outros estados, e sua presença na instituição gera perspectivas interculturais e colaborativas nestes espaços, para uma convivência que respeite a diversidade em sua amplitude.

A profa. Camila Brito de Quadros Lara agradeceu a oportunidade de aprender com esta apresentação, afirmando que “é possível fazer diferente e compreender estas aprendizagens como momentos de trocas significativas entre as pessoas”, enquanto a orientadora, Profa. Márcia Medeiros, garantiu que “aqueles que quiserem usar sua língua materna terão sempre uma incentivadora”.

A Profa. Beatriz Landa destacou que estes momentos devem ser cada vez mais frequentes para que a UEMS seja efetivamente inclusiva.

Tiago afirmou que “apresentar o seu trabalho na língua do seu povo trouxe muita alegria’. o acadêmico também agradeceu ao Rede de Saberes e, especialmente, a dona Antônia que ele definiu como “uma segunda mãe para ele”, que sempre o apoio nos momentos mais difíceis que passou na vida e na universidade.

 

Fonte: Uems

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