Programa Vale Universidade Indígena disponibilizará 50 vagas em 2020

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Foto: Divulgação

As inscrições para o Programa Vale Universidade Indígena 2020 estão previstas para iniciar na segunda quinzena de Março. Serão disponibilizadas 50 vagas, e para conseguir uma vaga no Programa, o estudante precisa possuir Carteira de Identidade expedida pela FUNAI (Fundação Nacional do Índio) e comprovar renda individual igual ou inferior a R$ 1.356,00 mensal e não superior a R$ 2.712,00. O governo dará suporte financeiro para indígenas cursarem Universidade.

O benefício de quem se inscrever e conseguir uma vaga no Programa Vale Universidade Indígena (Programa executado e monitorado pela Superintendência de Projetos Especiais (Suproes), vinculada à Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast),  será o recebimento de uma bolsa no valor de 739,00 reais, que será depositado na conta bancária dos beneficiados todos os meses, para custear despesas. 

O número de indígenas na universidade ainda é um desafio. Os obstáculos envolvem questões como dificuldades linguísticas, preconceito e adaptação. “Infelizmente alguns deixam o curso, muitas vezes por dificuldade de locomoção, já que a maioria vive nas aldeias, algumas distantes da capital”, explica Karla Sandim, coordenadora do projeto na Superintendência de Projetos Especiais da Sedhast. O ingresso na Universidade é um choque cultural para os indígenas, principalmente pela diferença cultural. “Elas vivem em lugares simples, de cultura e rotinas bem distintas”, explica a técnica responsável pelo programa Vale Indígena, Evelyn Costa de Oliveira

A futura pedagoga Lea Guimarães Quirino, 41 anos, filha de pai indígena Terena da Aldeia Passarinho conta que a motivação para ingressar na universidade foi a vontade de levar o conhecimento para sua aldeia. Ela explica “Este dinheiro me possibilitou estudar com mais tranquilidade, já que não precisei trabalhar durante o curso”. De acordo com a formanda Lea, apesar de velado, o preconceito ao indígena estudante é duplo. “Além da questão de raça, muitos colegas entendem a questão das cotas como privilégio, e não percebem que se trata de uma reparação de uma dívida histórica”, declara.  Felizmente, para Lea e seus colegas, a UEMS tem uma enorme rede de apoio. “O acolhimento feito pelos professores é muito grande”, elogia.

Inclusão

O Mato Grosso do Sul é o segundo estado do País a elaborar plano estadual de políticas para os povos indígenas e a elaborar um plano específico para proteger e promover os direitos da População Indígena (SPPPI), documento redigido em 2018 após o crivo das comunidades de oito etnias. Um marco regulatório, construído com ajuda dos indígenas, explicou o governador Reinaldo Azambuja. O Estado está desempenhando seu papel de inclusão social. Entre os estudantes, duas indígenas venceram os desafios e vão realizar o  sonho do diploma universitário. No total, doze estudantes indígenas conseguiram concluir o curso superior em 2019, em áreas como História, Ciências Sociais, Direito, Geografia e Letras.

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