ATL 2020 é adiado devido ao risco de contaminação do coranavírus

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Foto: Reprodução

Acampamento Terra Livre (ATL) 2020 será adiado devido ao risco de contaminação do coronavírus. O encontro, que é o maior mobilização indígena do Brasil, iria acontecer entre 27 e 30 de abril. “Diante da disseminação do coronavírus e seguindo recomendações da Organização Mundial da Saúde e decretos do governo do Distrito Federal para evitar aglomerações na tentativa de mitigar a propagação do vírus, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) vem informar sobre a necessidade de adiar a realização do Acampamento Terra Livre”, diz nota da organização do ato.

O decreto citado, foi publicado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB-DF) na  noite de quarta-feira (11). Esse decreto suspendeu as aulas em escolas públicas e privadas e proibiu a realização de eventos com mais de 100 pessoas que necessitem de autorização dos órgãos públicos. As medidas valem por cinco dias, prorrogáveis por mais cinco.

Dentre as principais pautas do ATL, estão a defesa da Amazônia, demarcação de terras indígenas, melhorias no atendimento à saúde indígena e luta contra o projeto de mineração em território indígena.

Apesar de ainda não ter data para a realização do evento em 2020, a 16ª deve acontecer. “Uma nova data será divulgada conforme as recomendações das instituições de saúde e governamentais”, diz a nota.

Veja a nota da Apib na íntegra

COMUNICADO GERAL

Diante da disseminação do Coronavírus e seguindo recomendações da Organização Mundial da Saúde e decretos do governo do Distrito Federal para evitar aglomerações na tentativa de mitigar a propagação do vírus, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) vem informar sobre a necessidade de adiar a realização do Acampamento Terra Livre, que estava previsto para o período de 27 a 30 de abril de 2020. Uma nova data será divulgada conforme as recomendações das instituições de saúde e governamentais.

Com a ocorrência dessa pandemia, vemos como mais urgente ainda a necessidade de ampliar o serviço de saúde pública e a garantia dos subsistemas de saúde indígena, por meio da SESAI e Distritos Sanitários Especiais Indígenas, com condições adequadas de assistência de saúde aos povos indígenas. Ressaltamos também, que pandemias como estas alertam para o quão gravoso pode significar uma política de contato com os povos isolados e de recente contato em razão dos riscos não só de etnocídio, mas também a um doloso genocídio.

É importante ressaltar que com o aumento das alterações climáticas, cientistas já atestam para a maior recorrência de epidemias.

Aproveitamos para elencar aqui algumas recomendações de medidas preventivas colocadas pelas instituições de saúde:

1. lavar as mãos com água e sabão, evitando levar aos olhos, nariz e boca;
2. Não compartilhar objetos pessoais como talheres, toalhas, pratos e copos;
3. Evitar aglomerações e frequência a espaços fechados e muito cheios;
4. Manter os ambientes bem ventilados;
5. Quando possível, evitar viagens para locais que tenham casos de contaminação e reuniões e eventos com a presença de pessoas que venham de países ou estados que tenham confirmação do vírus.
6. E por último, não entrar em pânico. É uma doença que médicos e cientistas já têm conhecimento e estão na tentativa de seu controle. Essas orientações são preventivas, para evitar que a doença se propague.

Os sintomas do Coronavírus são ocorrência de febre, tosse, dificuldade para respirar e dores do corpo.

Em caso de ocorrência dos sintomas, procurar atendimento o mais rápido possível e seguir orientações médicas. E tão logo o vírus esteja controlado, definiremos uma nova data para nossa maior mobilização nacional, que neste momento de ataques, invasões, conflitos e retiradas de direitos se faz tão urgente necessária.

Sangue indígena, nenhuma gota a mais!

Brasília, 12 de março de 2020.
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB

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