Por Correio do Estado
Os idosos indígenas residentes em aldeias indígenas de Dourados deverão ser levados para a estrutura onde são realizados os cursilhos na cidade. A ideia do Governo do Estado é evitar que a Covid-19, o novo coronavírus, cheguem ao grupo de risco entre os índios.
Na semana passada, uma indígena que trabalha em um frigorífico da cidade, foi diagnosticada com a doença e no dia seguinte mais dois casos foram confirmados nas aldeias Bororó e Jaguapiru.
“Agradeço a Diocese de Dourados e a toda a Igreja Católica, que disponibilizou todo um aparato, uma estrutura onde funciona os cursilhos de Dourados, para atender a população indígena. A partir de amanhã nós deveremos encaminhar nossos indígenas, principalmente os idosos, para essa estrutura, para que eles não possam ser vítimas, e muitas vezes fatais, da doença que hoje acomete todo o mundo”, declarou o titular da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Geraldo Resende, durante apresentação dos dados do novo coronavírus no Estado deste domingo (17).
O município tem atualmente 42 casos confirmados da Covid-19, entretanto, segundo o secretário, uma parte das coletas realizadas no sábado não tiveram resultado até agora. “Nós ainda não fizemos a leitura de um número substantivo de testes que foram colhidos em Dourados, principalmente os que foram colhidos nas aldeias indígenas de Dourados. Essa bateria só nos chegou ontem à tarde e a leitura desses exames podem levar a um acréscimo significativo nas próximas horas”, declarou.
GUIA LOPES
Além da preocupação com os casos em aldeias indígenas, o Estado também está em alerta devido a grande quantidade de casos registrados em Guia Lopes da Laguna – a 232 quilômetros de Campo Grande. Somente nas últimas 24 horas foram 34 casos confirmados nos municípios, que tem apenas 9.895 habitantes.
Com esse acréscimo, a cidade tem 98 casos confirmados, o que significa incidência de 990,4% por 100 mil habitantes. É a maior do Estado e, de acordo com o secretário, deve estar entre as cinco do país.
A região também é motivo de preocupação para o Governo do Estado, já que, entre as sete cidades com a maior incidência do Estado, três são do sudoeste, Guia Lopes, Jardim (76,6 de taxa) e Bonito (63,7). “É uma região que nos preocupa e que vamos ter atenção especial”, disse Resende.
O secretário, porém, salientou que Mato Grosso do Sul ainda é o estado brasileiro com os menores números do país. “Se temos o menor número de casos, de óbitos, e de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e clínicos, foi resultante desse esforço coletivo que nós fizemos em Mato Grosso do Sul. O apelo que eu faço como secretário de Saúde é que mantenhamos essa unidade, porque o nosso inimigo é muito forte, é ardiloso, é perigoso, é altamente contagiante e o caso da região sudoeste mostra claramente isso para nós”.